Ao chamado atendendo
Um pouco tonta porquê
Nem dei conta desse tema
Neste cordel que é você
Cabra do Icó arretado
Esse Mané que é danado
Num tem como não se vê
Se todos falam com tu
Fui citada eu também
Nem sei qual é o desafio
Mas vou entrar nesse trem
Dar o ar de minha graça
Querendo faço arruaça
Falando mais que ninguém
Tô meio desengonçada
Tá faltando inspiração
Mas quando vi Limeirinha
Foi quase uma intimação
Meu padrinho do outro lado
Esse fantasma azulado
Que tem faro de um Leão
Persegue minha cachorra
Quando o céu tá enluarado
Vai invadindo meu sonho
Quando sento do seu lado
Conversando lá na nuvem
Do Anjo sinto a penugem
Roçar meu sonho pintado
Mas voltando ao Do Icó
Vou lhe dizer cordelista
Não há nenhum desafio
Tu quis foi fazê uma lista
Dos poetas cantadores
Das damas e dos senhores
Pro cordé num perdê a pista
Digo com certa tristeza
A Usina mudou de cara
Anda tudo tão esquisito
Perdeu-se a virtude rara
Fazer versos com clareza
Simplicidade é beleza
E nem precisa de “tara”
Vem chegando o Carnaval
E a guerra se anuncia
Fico até imaginando
Aqui falando co’a Bia
Já pensou se na Avenida
Em vez da ala florida
Vem um míssil de agonia?
O desafio maior
No fundo, Mané querido,
É a cara desse tal Bush
Que faz o mundo sofrido
Tanta criança inocente
Naquela terra inclemente
Por causa desse bandido
Unidos aqui na Usina
Espalhando a magia
Nossa missão é de PAZ
Que traz a nossa poesia
Vamos num só pensamento
Espalhar por um momento
Nosso verso de alegria!