Mais uma vez, devido a abjeta prática da impunidade associada à ganância desmedida, que são fatores fundamentalmente arraigados à estrutura mater da sociedade brasileira e assim sendo , na condição de pilares nos impõem confrontos com situações tão inusitadas quanto grotescas e tão perigosas, quanto repetitivas; somos devido a este distúrbio de conduta social, vistos e interpretados como uma sociedade sem lei e desprovida de valores éticos e morais; o que em minha opinião pessoal é a mais pura representação do que é o Brasil.
Estamos em tempo de “Dejavu”, pois à quase um ano atrás,a sociedade acordou para a existência criminosa do laboratório Enila ,do contraste Celobar e de um canalha chamado Marcelo D’Ycarahi (e seus asseclas) que motivado pela soma dos dois fatores acima descritos,(ganância + impunidade) acrescentou mais 22 mortos à legião de vitimas que existem na historia da formação da sociedade brasileira; por respeitar unicamente a lei de economia que aponta descaradamente que a “maximização dos lucros só pode ser obtida com a minimização dos gastos”, justificou-se assim em sua mente doentia e socialmente correta a substituição de um produto químico mais caro por um mais barato e com a característica de ser um veneno potentíssimo ou seja : por terem o bário no nome,além de principalmente terem preços infinitamente diferentes o sulfato foi substituído pelo nitrato e até o presente dia nada de concreto aconteceu com os responsáveis por este assassinato coletivo.
E ai, obviamente motivados pela impunidade dos seus antecessores , mais uma vez, vidas se perdem, e famílias são destruídas graças á inépcia e a conivência relacionados com o manuseio e a distribuição de medicamentos :
_ Os canalhas da vez, são do laboratório GANUTRE , fabricantes do soro fisiológico que ceifou vidas de 15 recém nascidos, em hospitais do Rio de Janeiro, até o momento, investigações preliminares já descobriram “desleixo” na filtragem do referido soro;o que no mínimo seria um crime culposo; até que se descubra que este comportamento relapso deu-se devido as tentativas do laboratório de encontrar na minimização dos procedimentos de segurança e de higiene a preconizada e avidamente buscada maximização de seus lucros.
Mais uma vez.somos vitimas de nós mesmos,mais uma vez pessoas inocentes (desta vez, o são inquestionavelmente) morrem e sofrem certamente acobertados pela promessa (certeza) da impunidade anunciada
.Sempre procuro alertar as pessoas com quem convivo, de que estamos cavando nossa sepultura como sociedade, exatamente por seguir o caminho da iniqüidade e da ausência da ética em nossas vidas , os brasileiros, se permitem crer em ausência de valores, como estrutura formadora e acreditam que o dinheiro é justificativa para tudo e por assim pensarem permitem que a canalha os conduza e lidere, meramente pela ínfima possibilidade de que no meio da confusão, algo caia da mesa da impunidade e os beneficie. Ledo e obtuso engano !
Pagamos muito caro, por remédios( já que falamos sobre os laboratórios)cuja base é retirada irregularmente da flora e até mesmo da fauna brasileiras, levados para o exterior para então retornar com seus nomes fantasias e seus preços de terror e impossibilidades.Mais um exemplo da insanidade da ganância acoplada a esta política capitalista e neoliberal : aconteceu na epidemia de dengue em 2001 no Rio de Janeiro que matou centenas de pessoas, que poderiam ter sido salvas se as velas de andiroba desenvolvidas pela Fundação Oswaldo Cruz, tivessem sido distribuídas gratuitamente ou a custo, ao invés de serem vendidas a peso de ouro pela empresa que obteve o direito de distribuição e nelas incluiu a sua margem de lucro; vidas seriam salvas, se todos os produtos pertinentes ao controle dos mosquitos, não tivessem sido canalha e gananciosamente majorados durante a epidemia ao invés de terem sido por uma questão de preservação da integridade física do coletivo (devido ao fato de tratar-se de uma epidemia) distribuídos, sem ônus para as classes menos favorecidas pelo poder público e conseqüentemente mais vulnerável aos descumprimentos dos deveres constitucionais, que incluem a boa condução da saúde publica.
Uma sociedade que permite que alguém obtenha lucros em momentos de crise e de comoção nacionais, está fadada a conviver com os Ganutres e Enilas da vida até que a morte e a dissolução social os separe.