Nada está pior do que os telejornais apresentados pelas emissoras de televisão brasileiras. Alem das notícias repetidas, o sensacionalismo e a exploração da desgraça e da miséria são os ingredientes necessários para colocar no ar os programas jornalísticos.
O caso Isabella (a menina assassinada) ainda continua dando grande audiência em programas que poderiam nos trazer mais felicidade, falando de paz e amor. Não sou insensível às tragédias e concordo que o povo seja informado da verdade, mas sou contra essa linha de jornalismo que usa a desgraça social como matéria geradora de dinheiro.
Dizia a Madre Theresa de Calcutá: - “Não me convidem para passeatas contra a violência, mas me convidem para todas a favor da paz”.
Usando esse ensinamento, acredito que os jornalistas, principalmente os mais jovens, deveriam direcionar as suas matérias e reportagens. Não há necessidade de transformar em “show jornalístico” ou em “Big Brother da desgraça” assuntos que desafiam e violam o emocional, motivando as massas para manifestações populares de raiva e revide.
Não! Não é esse o verdadeiro jornalismo que queremos ter em nosso país.
Deixem que as matérias sensacionalistas fiquem por conta dos “marrons” que sempre existiram e que continuarão a existir. Entretanto os grandes jornais e revistas, emissoras de rádio e televisão necessitam com urgência reestruturar os seus departamentos jornalísticos para melhor informar sem priorizar “o dinheiro resultante” como sucesso da matéria publicada.
É verdade que algumas emissoras e jornais não entraram nessa briga em conseguir um espaço para seus repórteres nas portas das delegacias, IMLs e presídios, preferindo apenas informar sem influenciar e criar a revolta popular.
Fica aqui o meu repúdio e o meu desagrado aos jornalistas que aceitam de seus diretores tal incumbência deprimente e até irresponsável. E aos Senhores Diretores, sugiro que peçam suas aposentadorias, pois não agüentamos mais a linha editorial que nos é oferecida.