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Artigos-->SINAL DOS TEMPOS? -- 07/05/2008 - 11:47 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SINAL DOS TEMPOS?



O homem inventou deuses e capitalismo, para ser extorquido pelos dois. Bertrand Russell, em suas discordâncias com o existencialista ateu, Jean-Paul Sartre, dizia que o “mundo está aí”, em contrapartida ao “o mundo é gratuito”, do autor de O Ser e o Nada. O filósofo galês, já naqueles idos de setenta, envelhecera lutando por um pacifismo, para alguns romântico, numa época em que o próprio articulista vivia meditando sobre a frase hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás, proferida pelo Ernesto “Che” Guevara. Nos nossos dias, a maioria do jovem contemporâneo, talvez nem se dê conta desse recado, desse ensinamento. A revolução é outra, a da persuasão, a da esperteza. Infelizmente, o homem pós-industrial, opta pela fantasia soberana e efêmera do capitalismo, sob a sedução dos símbolos do presente, a saber: um suposto prestígio social, um certo dinheiro “fácil”, um determinado jogo de cintura, não obstante ser alvo de seu próprio tiro no pé, quando enfrenta a realidade de um concurso público. Curioso nessa análise rasteira, é que tenho visto muito jovem se chatear, quando tento consertar e concertar seu parco vocabulário e seus repetidos erros gramaticais. Eles estão afim e não a fim de se enraizarem na flor do lácio, ler um pouco mais, conversar com os mais velhos, como eu, este ignorante bem-sucedido, praticava, nos meus tempos de adolescente/colegial.

Um preceptor, nos dias atuais, é como uma agulha no palheiro, não pela sua inexistência, mas porque não é mais cortejado e respeitado pelos jovens, não é reconhecido sequer como alguém que detenha algum conhecimento, mas apenas um mero tio ou coroa, tratamento usual da juventude corrente. Claro, óbvio que há suas exceções. Ainda se encontra, contado nos dedos, algum jovem interessado em leitura, música, arte em geral. Mas os meios de massa “vendem” outro tipo de produto, outros deuses do capitalismo, aí extorquindo a quem quer que seja, ou não seja. Recentemente vi um filme em dvd, que me passa a nítida sensação de que Heráclito estava certo. A mudança é inevitável, ainda que para pior. Esse filme é CITY HALL (conspiração no alto escalão) de um diretor pouco lido, mas correto em seu desenho cinematográfico: Harold Becker. Aprendi que se faz cinema com três ingredientes: um bom roteiro (estória), um bom elenco e um certo clima de emocionalidade. Trata-se de um enredo político, sobre a máfia na Nova Iorque contemporânea e sobre a corrupção no exercício da política. O elenco/plêiade é notável, capitaneado pelo prefeito da cidade, John Pappas/Al Pacino, cujo brilho ultrapassa a duração normal de um astro de primeira grandeza. A juventude, a massa diferenciada, deveria ver e refletir sobre esse filme, não em seus detalhes, mas sobre o todo, que encerra em suma, o impacto da frase usada inicialmente neste artigo. A ingenuidade de querer maquiar essa realidade é pior do que o falso soneto. Esses são nossos tempos, nos quais fincamos nossos pés e nossas mentes, e para os quais temos que injetar solidariedade e generosidade. Não somos messiânicos nem salvadores da pátria, qual pátria? Todavia, o custo de produção na distinção do joio do trigo, será mais baixo e de benefício propício à comunidade, desde que se utilize um certo discernimento e senso de seletividade. Afinal de contas, não se constrói uma sociedade baseada em falsos preceitos e ilusões extra-terrenas. Tampouco não basta o pânico de que o céu vai desabar sobre a humanidade, porque até o céu é ilusoriamente azul.

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WALTER DA SILVA - Prof. universitário



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