Preciso confessar que tenho medo
De não chegar ao fim desta poesia.
Eu sei que alguém, no meu lugar, faria
Algo melhor até num arremedo.
Mas devo cortejar, na melodia,
O povo que me lê, pois, sendo azedo
O verso que componho desde cedo,
Aí, vai fracassar minha alegria.
Eu peço, pois, a prece costumeira
Que se dedica às almas mais sofridas,
Que alcançarei ainda que requeira,
Sem demonstrar os males e as feridas,
Porquanto a minha trova é tão fuleira
Que por si só promove as tais medidas.
|