Na era da cibernética,
brilha a informação
sobre a mulher frenética
e a de todo jeitão.
Internet, mulher, tu és!
Só posso te acessar,
com meus olhos, sem os pés,
se bom preço eu pagar.
E és, também, um servidor:
quando mais eu necessito
de auxílio e favor,
tu só atendes no grito.
Mulher windows bem sabe
que é cheia de defeitos.
Que fazer? O que nos cabe
é aceitarmos seus jeitos.
Mulher powerpoint exibe
quem faz festa, convenções.
É bonita, mas inibe
quaisquer outras intenções.
Mulher excel é eclética,
dizem que é topa-tudo.
Mas só faz aritmética,
pra deixar a gente mudo.
Mulher word surpreende
e desata muitos nós,
pouca gente a entende
totalmente, se a sós.
E a mulher dê-ó-esse
deu pra muitos sabichões,
porém ela não esquece
quem, hoje, enche bolsões.
Mulher backup acumula,
parece ser o bastante.
Na hora agá, nem Lula,
não nos deixa ir avante.
A mulher paintbrush fracassa,
e só sabe enfeitar.
Vez por outra, bobo laça
para o iniciar.
Scandisk é mulher
que acaba com escândalo
e ajuda a quem quer
limpar o que fez o vândalo.
A mulher ram
é mui correta,
mas é mulher muito vã,
quando de ti desconecta.
Hard disk é aquela
que com tudo concorda,
ao abrir qualquer janela
e costurar qualquer borda.
Mulher mouse é ratinha,
só vai quando arrastada,
como aquela que vinha
fingindo não querer nada.
Multimídia é mulher
metida a decorar.
Lindeza é o que quer
para poder encenar.
Mulher-usuário faz
pergunta de todo tipo.
Nunca se sente capaz,
pra adiar sua lipo.
A mulher e-mail diz,
entre umas dez mensagens,
nove, como chafariz,
esguichando só bobagens.
A mulher vírus assusta
e entra na moradia,
pegando tudo que custa
e faz nossa alegria.
Toma todo o espaço,
sem deixar desinstalar-se.
Perdemos, com embaraço,
tudo, depois do disfarce.
Mulher Fotoshop sete
gosta de fotografia
fingindo que inda mete,
mas é da geriatria.
|