Usina de Letras
Usina de Letras
157 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62210 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140796)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->S.O.S. - SALVEM NOSSAS CRIANÇAS DE NÓS MESMOS! -- 20/04/2008 - 11:12 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


S.O.S. - SALVEM NOSSAS CRIANÇAS DE NÓS MESMOS!



Apanhar dos pais, apanhar de desafetos e apanhar da polícia, ainda é coisa comum no Brasil. Por isto, nossos jovens na maioria dos casos são revoltados. A cultura de bater, espancar vem da época do descobrimento até hoje. No tempo da escravidão as torturas eram indescritíveis e mais recentemente nos anos de chumbo a coisa extrapolou. Isto tudo realizado por um povo, o qual reivindica cinicamente seu destino de ao morrer, ir para o céu. Ora, o céu? Se espíritos carrascos ganham o céu então este céu só tem gente ruim, principalmente de origem brasileira, porque nós temos sido carrascos há mais de quinhentos anos. A História do Brasil no que concerne à tortura de escravos é hipócrita e até mentirosa, posto que dissimula muito bem as verdades, ocultando sempre o noticiário do passado. A ciência histórica muda de assunto quando é obrigada a citar “alguns maus-tratos aos negros”. Todavia, ninguém irá contestar o fato, já bastante notório, de que a população branca adorava a escravidão e apreciava o barbarismo das torturas impostas aos negros. Consta que o grande cientista Darwin, autor de “As Origens das Espécies”, esteve no Brasil ao tempo da escravidão. Na fazenda onde ficou alojado por algumas semanas, antes de prosseguir suas peregrinações científicas sertão adentro, havia um garoto escravo de dez ou doze anos, cujo fazendeiro o espancava muito. Darwin, europeu civilizado, indignou-se com aquilo e tentou interferir, diplomaticamente. As conseqüências foram as ameaças do fazendeiro de fazer denúncias às autoridades. E só não levou o caso adiante em virtude dos humildes pedidos de desculpas do assistente de Darwin. Este, sabendo que nada podia ser feito para dar um basta naquela truculência, só lhe restou se conformar com as noites mal dormidas ouvindo o garoto gritar.

“Os escravos” – escreve Waldo Claro em seu livro “Jaú – A Semente e a Terra” – “jamais contavam com a misericórdia de seus semelhantes. Não têm Nóbregas ou Anchietas para embalarem com canções as suas crias, que já nasciam etiquetadas e prontas para a revenda. Para cada Joaquim Ferreira do Amaral, que abomina o regime infame, têm dezenas de aristocratas rurais para sangrar o lombo dos escravos com a chibata cortante de couro cru. Para cada Tereza de Almeida Prado – que lega suas terras aos negros que a servem – têm outras dezenas de arrogantes membros da nobreza agrária a lembrar-lhes que jamais permitirão que do escuro de suas senzalas ressurjam Gangazumas ou Zumbis para resgatar-lhes a honra e a liberdade”.

Lembro-me quando criança meu pai me batia com uma palmatória grande, ou com um cinto de couro cru. Eram terríveis aqueles espancamentos. Não foi à-toa que, com quinze anos já não parava mais dentro de casa. Viajava. Ia para Ribeirão Preto de trem e por lá ficava uma semana inteira. Minha família hoje está espalhada pelo país todo. Meus irmãos, num total de doze, não apreciam muito falar dos velhos tempos. Assim somos nós: espancadores e assassinos de crianças amparados por leis frouxas, injustas, dando a todos nós o direito de continuarmos carrascos, assim como ocorreu com os seis policiais que mataram sob tortura um garoto de quinze anos: cinco foram soltos para responderem em liberdade. Ficaria mais bonito, neste e em inúmeros casos, nem mesmo prender os assassinos! O “caso Isabela” assume proporções bestiais de um assassinato premeditado simplesmente para o gozo da boa vida! O garoto arrastado pelo carro vai ficando no esquecimento! Aqui em Jaú o padrasto estupra o garoto, filho da mulher com quem vive! Qual será o futuro deste país com tantas crianças sendo imoladas pelos adultos, que as consideram um fardo a atrapalhar seus inúteis privilégios e suas estúpidas vidas? Cadê o ECA que deveria estar de mãos dadas com um Código Penal mais rígido e inflexível?

S.O.S. – Salvem nossas crianças de nós mesmos pelo amor que temos a Deus... Se é que temos!



Jeovah de Moura Nunes

Jornalista e escritor

jeovahmnunes@hotmail.com



(ESTA MATÉRIA SERÁ PUBLICADA NO JORNAL "COMÉRCIO DO JAHU" DE TERÇA-FEIRA - DIA 22 DE ABRIL DE 2008)



















Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui