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Artigos-->Informação x conhecimento -- 18/04/2008 - 11:39 (Marcelo Santos Costa (Marcelo Tossan)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Cada qual tem o seu nicho de interesse em informação, o que é importante pra um pode não ser para o outro e assim por diante. Levando-se em conta que toda informação, é reelaborada pelo receptor para o bem ou para o mal. Por exemplo, no próximo capítulo da novela, fulano fica com sicrano? Qual foi o resultado do clássico Corinthians e São Paulo? Ricardinho, jogador da seleção masculina de vôlei fraturou a mão. Fiat Punto vendeu X unidades só na primeira semana. Todas essas são apenas informações. A princípio irrelevantes para o nosso dia a dia, mas alguém em algum lugar irá se interessar por elas. Por exemplo, a pessoa jogou na loteria esportiva, por isso o resultado do futebol lhe interessa (só mudará sua vida se ele ganhar). A dona de casa quer ter assunto pra conversar com a vizinha, sobre a novela, quer mostrar que ela, já sabe o que vai acontecer (irá a mudar a vida dela? Não, só a faz um pouquinho feliz dizer para a vizinha: eu já sabia). Um garoto que joga vôlei no time juvenil do Banespa, comenta com amigos a contusão de Ricardinho; - Nossa foi feio o negócio, vocês viram? (ele mudará de atitude após essa informação? Irá bater na bola com menos força? Terá medo e desistirá do vôlei?) O empresário quer comprar um carro novo pra filha e a informação sobre o carro Punto, o induziu e o fez acelerar a compra. (vai mudar sua vida? Só se ela por um triste acaso bater o carro e o freio não funcionar). Tendo em vista que em todos esses casos, a informação tem um fundo de interesse comercial e capitalista. Resultado da ação política de instâncias de poder. Nem toda informação tem esse impacto citado nos exemplos; podem simplesmente serem lidas, descartadas e ponto.



Colocando a seguinte questão: Uma informação poderia despertar alguém para o conhecimento? Uma boa aula de literatura te trará informações preciosas sobre autores, estilos e livros. Tudo bem, há uma distinção; aula é aula, não se pode compará-la a uma nota de rodapé. Mudemos o foco então, uma informação na maior página da internet diz; um novo estudo sobre Sartre é lançado em livro no Brasil. Quem está inserido no meio acadêmico ou se interessa por filosofia irá ler a matéria. Já a pessoa que nunca ouvira falar de Sartre e suas obras e que apenas entrou na internet pra saber do Big Brother , nem dará atenção. E aquela que por algum motivo se interessa por filosofia, mas é iniciante, essa informação será benéfica; a matéria citava o livro A idade da Razão, ela decide procurar o livro nas bibliotecas para ler.



O papel do texto escrito

Há toda uma complexidade de fatores para definir o papel do texto escrito na atualidade. Partindo da informação (esse ser pequeno que pode atingir milhões) que os critérios de distribuição e disseminação são instituídos de interesses políticos, econômicos e de senso comum. Dilema: Se o poder de divulgação de uma informação está nas mãos de poucos, esta nos chega carregada de intenções. Indicações de livros, filmes, produtos tecnológicos e até opiniões de políticos. Hoje se tem a impressão que, a maioria dos livros contemporâneos, espalham a ordem do politicamente correto. Vide os auto-ajudas, Paulo Coelho e a moda do esotérico, Dan Brown e seu entretenimento em ritmo de filme de ação. Os livros espíritas (explicando o inexplicável e amenizando a almas com o lema: seja bom e irá pro céu e a vida é assim mesmo, aceite-a). Livros esses que tem vendagens fáceis. Tentar convencer a maioria da sociedade de massa a ler os clássicos é utopia. Podem-se levar séculos para isso acontecer e eu me pergunto; será que o hoje clássico pra nós, será para as gerações futuras? Como não viveremos mil anos, a resposta é um grande ponto de interrogação. Peguemos o exemplo do ensino público no Brasil, que vem seguindo o ditame de que a educação tem que ser natural e não chata. Exigir de alunos, às vezes, sem estrutura familiar e criados dominantemente pela TV; a leitura de livros clássicos da literatura é tarefa um tanto intricada. Determinar a leitura de Madame Bovary de Flaubert ou A Divina Comédia de Dante Alighieri, a alunos do segundo grau de uma escola pública, causaria desconforto e quem sabe até uma rebelião contra o professor. O governo recentemente fez uma campanha referente à leitura e é senso comum a crença de que “quem lê logo é inteligente”. Então essa literatura, digamos “menor”, entra justamente nesse espaço. Mas não seria quem lê e sim o que ler. Não se pode generalizar, pois existem pessoas que procuram um texto denso de fruição, mas para se chegar a ler, sem cerimônia, por exemplo; Ulisses de James Joyce o caminho é árduo. Professores aparelhados para preparar o aluno desde o primário seria a solução? Uma educação mais séria principalmente na escola pública? Realmente o caminho é penoso, pois existem tortuosas razões, fora da alçada dos setores educacionais. Herança cultural de anos e interesses financeiros obscuros (parece até uma teoria da conspiração). Povo lendo pouco, pouco conhecimento, pouca visão crítica, pouco reclamará e mais fácil será alienado e domado. O papel do texto hoje ao que parece é ser instrumento de informação e entretenimento.



Leitor e leitura

O que seria um leitor? Uma pessoa alfabetizada sabe decifrar os códigos da escrita logo ele é um leitor certo? Nesse caso falamos do leitor que sabe o que lê e que procura não só informação e entretenimento, mas leituras que de alguma forma contabilizem para sua formação intelectual. E que aquilo que ele lê o faz refletir, compreender e questionar a realidade, a história e o mundo em que vive. Há o quesito imaginação/criação que também se deve levar em conta. Uma paisagem ou descrição de personagem lida num livro por duas ou três pessoas diferentes podem surtir imagens totalmente díspares, esse é também um dos prazeres da leitura. Uma pessoa que é leitora voraz de informações futebolísticas pode-se considerar que tem conhecimento desse assunto? Não seria esse o conhecimento do qual tentamos discorrer, e sim de compreensão do ser humano e seu meio que só uma boa leitura pode dar. Para quem lê, a vida é uma sucessão de novas experiências. Existem leitores, em que a obra o faz refletir tanto que ele acaba fazendo daquelas palavras regras de pensamento. Isso pode ser perigoso, acho que a leitura sim, tem que causar reflexão, mas guardando as devidas proporções de época, individualidade e realidade.

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