VINTE E TRÊS ANOS
Um dia ele partiu
ou melhor, fugiu.
Não de seus pais
mas dos vinte e três anos .
Por ter planos desiguais,
sentou-se na areia do mar
por não ter onde sentar
tinha apenas aquela praia,
e a dor calada por gritar.
Porem, eis que de repente
a sua frente viu passar,
alguém, como ele descontente
e convidou-a a sentar.
Então ele contou,
tudo o que tinha para contar,
E como se fosse um travesseiro
ele abraçou-a até chorar.
E, foi então que juntou-se
a solidão com a solidão.
E a vida então lhe trouxe
um coração ao coração
os filhos se juntariam,
se deixassem juntar,
e os anos passariam
como bem sabem passar
Eles ainda se amam
por terem tanto para amar
e eles brigaram tanto,
até a vida os separar.
Mas aos vinte e três anos
os enganos são iguais
e o filho faz seus planos
de errar como seus pais.
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