POETA
Minha pele é como a noite,
meu olhar é como o dia,
meu canto, irmão
é como o açoite
da ventania .
Minha mão é um cavaleiro,
a pena , montaria
meu verso um bandoleiro,
fugindo pela pradaria .
Meu pensar é proibido
minha vida uma agonia,
Meu poema é um animal ferido
Lambendo a sua cria.
Meu coração é um cão selvagem,
uivando por companhia
meu pensar, reflete coragem
e harmonia.
Minha mente é uma navalha ,
minha rima uma sangria
meu grito descreve
a batalha da maioria.
O meu trabalho é um estorvo,
meu verso é morto à revelia
porem morto um,
crio um novo
no mesmo dia.
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