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Poesias-->A Implosão da Mentira -- 23/08/2002 - 03:30 (AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA/Alcir J.T. de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A IMPLOSÃO DA MENTIRA







Mentiram-me, mentiram-me ontem.

E hoje, mentem novamente, mentem

de corpo e alma, completa-mente.

Mentem-me de maneira tão pungente .;

que creio mentem sincera-mente !



Mentem, sobretudo, impune-mente,

não mentem tristes, e sim alegre-mente.

Mentem, mentem tão nacional-mente,

que acham que mentindo vida a fora

Irão enganar a historia eterna-mente.



Mentem, mentem e calam. Mas suas frases falam.;

e desfilam de tal modo nuas

que mesmo um cego pode ver

a verdade em trapos pelas ruas.



Sei que a verdade e difícil

e para alguns parece triste e escura .;

Mas, não se chega à verdade

pela mentira , nem a democracia

pela ditadura.



Evidente-mente a crer

nos que me mentem.

Uma flor nasceu em Hiroshima,

em Auschiwitz, havia um circo .

Permanente.

Mentem,mentem caricatural-mente.



Mentem como a careca mente ao pente .

Mentem como a dentadura mente ao dente.

Mentem como a pesada carroça a besta à frente.

Mentem como a doença ao doente.

Mentem clara-mente

como um espelho transparente.

Mentem deslavadamente .

como nenhuma lavadeira mente .;

ao ver a nodoa sobre o linho , mentem.

Com a cara limpa e nas mãos o sangue quente .

Mentem, ardente-mente,como o febril em seus espasmos.

Mentem fabulosa-mente , como o caçador ,

que tenta passar gato por lebre .

E nesta trilha de mentiras.;

é caça ,que captura o caçador na armadilha.



E assim cada qual.;

mente industrial-mente

mente partidária-mente

mente civil-mente.

mente tropical-mente

mente incontinente-mente

mente hereditária-mente .

E, de tanto mentir tão bravamente,

constroem um pais de mentira.

Diária-mente



Mentem no passado e no presente

passam a mentira a limpo, e no futuro.

mentem novamente.

Mentem fazendo o sol girar em torno da terra,

medieval-mente,

por isto desta vez,

não é Galileu que mente ,

e sim o tribunal que o julga

herege-mente .





Mentem como se Colombo,

partindo do ocidente para o oriente

pudesse de mentira ,

descobrir um continente.

Mentem desde Cabral em calmaria,

viajando pelo avesso,

iludindo a corrente em curso

transformando a historia do pais,

num acidente de percurso.

Tanta mentira assim industriada,

me faz partir para o deserto

penitente-mente, ou exilar-me

com Mozart musical-mente em harpas e oboés

como um solista vegetal

que sorve a vida indiferente.

Penso no animal que nunca mente.

mesmo se tem um caçador a sua frente.

Penso nos pássaros .;

cuja verdade dos cantos nos toca

matinal-mente.

Penso nas flores

cuja verdade das cores escorre no mel.

silvestre-mente.

Penso no sol.

que nasce jorrando luz,

mesmo que encontre a morte

em seu poente,

diária-mente.



Pagina branca onde escrevo,

único espaço de verdade que me resta,

onde transcrevo o arroubo,a esperança

onde cedo ou tarde deposito

meu espanto e meu medo.

Para tanta mentira

só mesmo um poema

explosivo-conotativo,

onde o advérbio e o adjetivo

não mentem ao substantivo

e a rima arrebenta a frase

numa explosão de verdade,

e a mentira repulsiva

se não explode para fora

por dentro desaba

implosiva.





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