O povo brasileiro está sofrendo e enlutado com o assassinato na menina Isabella. Mas o maior sofrimento é o lamentável exagero provocado pela imprensa de nosso país. Não bastassem às dificuldades da apuração por parte das autoridades em saber o verdadeiro autor desse episódio de terror, os jornais, rádios e emissoras de televisão teimam em continuar fazendo coberturas indesejadas. É verdade que todos nós queremos saber quem foi o assassino desse crime que abalou toda a sociedade brasileira, mas outros casos como do pai que matou um filho de apenas um ano e meio de idade jogando-o contra a parede obteve a mesma cobertura. Os assassinatos e massacres cometidos diuturnamente nas favelas do Rio de Janeiro, São Paulo e outras grandes cidades brasileiras, quando são publicados ficam nas entrelinhas das páginas internas ou são comentadas em dez ou quinze segundos nas emissoras de rádio e televisão.
Parece-me oportuno comentar que os meios de comunicação de nosso país gostam de usar dos leitores, ouvintes e telespectadores para levá-los a comoção e motivá-los ao desespero. “São as notícias que vendem”!
Por outro lado somos bombardeados com uma imprensa que só vive da desgraça alheia.
Será que os diretores e editores desses organismos de comunicações ainda não se deram conta que precisamos melhorar a qualidade dos editoriais e noticiários? Ou fazem parte de uma maioria de jornalistas despreparados que vêem nas notícias emocionais o melhor caminho para o sucesso?
Não sei! Entretanto penso que seria necessário uma melhor avaliação da responsabilidade social das notícias que são comunicadas.
Quando vejo minha mãe com oitenta e seis anos chorando frente à televisão vendo as desgraças nos noticiários, sinto um profundo pesar. Não adianta mudar de canal porque no outro, na mesma hora o assunto é o mesmo. Quando ela opta por ouvir rádio, os programas são de baixa qualidade e também seguem as mesmas influências. Até os canais e as emissoras católicas e evangélicas usam seus ouvintes com emoções indesejadas.
As coberturas exageradas desses e outros episódios fazem com que mais e mais desgraças aconteçam.
Por favor, Senhores Diretores, procurem publicar e dar maior ênfase as boas noticias. Valorizem os seus profissionais ensinando-os que precisamos aumentar a auto-estima de nosso povo. Sabemos que nem tudo é bom, mas lembre-se de seus filhos e netos. Eles também não merecem ver e ouvir as notícias repetidas e deprimentes que os senhores permitem que cheguem à sociedade.