Uma mistura do dia com a noite, combinação da luz com o escuro, penumbra, pacto da ausência com o total, quase tudo ou quase nada, acordo do coração com cabeça, intensidade temperada com tranqüilidade, mel com limão, açúcar junto com sal, subterrâneo ou estratosférico, oriental ou ibérico, você é linda, você é híbrida, mestiça.
Miscelânea de sentimentos, uma pitada de carinho e um bocado de caricias, cabelos balançando ao sabor do vento, cheiro de menina que quer tanto ser mulher, fagulha que queima minha pele, frio que gela o meu corpo, mestiça, metamorfose feminina, ora doce, ora atroz, ás vezes mansa e nem sempre feroz.
Mestiça minha musa, mulher de curvas e ondas, faz do meu mar um desatino, um desafio, mar bravio, mar incógnito, como os mistérios que se escondem no fundo do mesmo mar, no fundo dos teus olhos.
Dividida entre a razão e a emoção, perdida, não se fala mais nisso, seus beijos são partidos, seu coração é quebrado, seus olhos são distantes e suas esperanças errantes, sua alegria é triste, seu amor é quase amor, seu destino não é de ninguém enquanto ela tiver os pés fincados no chão.
Mestiça, imigrante do meu amor, pátria do meu sonho, dama da minha noite, bela adormecida nos meus braços, Cinderela, eu vivo sem ter ela, não é branca, nem preta ou amarela, coisa mais bonita nesse mundo não existe, minha querida pequenina, corpo de mulher e os olhos de menina mestiça.
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