Discriminação não se paga com Discriminação
A propósito do encerramento da greve dos professores e da previsão da volta dos vestibulares, já que ninguém mais falou no assunto, que considero importante, arrolo, a seguir, minha opinião sobre mais uma das inusitadas propostas governamentais.
É verdadeira a afirmação de que o Brasil acumula imensa dívida para com os nossos irmãos de raça negra. Por outro lado, é forçoso concluir que todas as minorias, neste país, são vítimas de discriminação. Por isso, consideramos equivocada a proposta de reserva de vagas nas universidades para os negros, de modo geral. No meu modo de ver, o problema é de cunho econômico e não racial. É o pobre quem tem dificuldade de acesso às universidades, independente da cor de sua pele. Aliás, a proposta vai de encontro a igualdade entre todas as raças, preconizada pela Constituição. A proposta, também, não deixa claro se os negros poderão disputar, em segunda chance, às vagas destinadas aos candidatos de pele mais clara. Tudo indica que sim, configurando, portanto, odiosa discriminação, desta vez contra os demais candidatos. Finalmente, há que indagar acerca do privilégio dos negros ricos, teoricamente melhor preparados e, por conseguinte, principais beneficiários de tão inusitada proposta.
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