E O CASAMENTO... COMO É QUE FICOU ?
A folia do ficar empolga durante certa temporada. Da parte das moças, gostam porque têm a liberdade de tomar iniciativas, de escolher quem mais lhes agrada ao primeiro olhar. Podem “beijar muito” sem parecer levianas, como antigamente. Os rapazes sentem-se à vontade, pois nada lhes será cobrado. Como morrem de medo – ou vergonha – de se comprometer, aproveitam.
Acontece, porém, que um dia, quando menos esperam, já não se satisfazem em ser ficantes. Percebem-se gostando do outro. Têm ciúmes. Sentem saudade. Querem companhia mais constante. Começam, então, os namoros. Alguns mais rápidos e conturbados, outros normais - com altos e baixos. Todos com o intuito de levar ao casamento.
Uma pequena parcela de jovens decide morar junto, “juntar os trapos”, dispensando formalidades. A maioria, entretanto, quer tudo como manda o figurino. E o figurino deles não exige apenas véu, grinalda e a taça de champanhe como era de praxe. Atualmente, além de sofisticadas cerimônias religiosas e civis, os preparativos consomem muito tempo e bastante dinheiro. A rapidez do ficar naquele primeiro encontro na balada contrasta agora com a longa preparação da festa. Meses e meses são consumidos até se chegar ao altar.
Eu, ingenuamente, pensava que as transformações fossem apenas algumas modificações no ato religioso, como a chuva de rosas sobre a noiva ao entrar na igreja ou a escolha de locais inusitados para a cerimônia - praias exóticas, casarões rodeados de jardins... Descobri que inúmeros outros quesitos fazem parte da preparação da noiva e do noivo para o grande dia.
Regime para emagrecer, clareamento dos dentes, tratamento de pele, aulas de dança, lipoaspiração, bronzeamento artificial, plástica nos seios... e até aplicação de Botox nas axilas!
Isso tudo sem falar no vestido propriamente dito, no buquê, no terno do noivo, nos sapatos especiais... E, pasmem, na experimentação de salgadinhos, a escolher com um ano de antecedência!
Beatriz Cruz
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