O governo quer clonar a CLT e transplantar direitos adquiridos. Pretende-se, com a medida, chegar ao embrião de novas relações trabalhistas. Necessitará de 257 parlamentares, no mínimo, para atingir as células tronco. É tarefa difícil. Subsiste, a respeito, amplo contraditório. Sindicalistas, juristas e trabalhadores não se entendem. A pretendida clonagem não observa padrões mínimos de ética e de segurança. Há risco iminente de que o resultado gerado ofereça pouca resistência imunológica, em relação aos vírus da redução de salário, décimo terceiro, férias, aviso prévio e FGTS, contidos na proposta. O mais sensato seria suspender o caráter de urgência da medida e aprofundar a discussão sobre o tema, que é complexo e envolve vidas humanas. Ademais, o cerne da questão, as células tronco, podem ser obtidas do cordão umbelical do desemprego, ou seja, as altas taxas de juros, o endividamento público e privado e o excesso da carga tributária. A CLT não pode ser considerada culpada pelo desemprego. Ela já existe a mais de sessenta anos e o desemprego é coisa recente. Ademais, a Justiça do Trabalho precisa ser fortalecida, e não enfraquecida, conforme induz a proposta.
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