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Artigos-->CONFÚCIO E CONTEMPORANEIDADE -- 04/04/2008 - 14:56 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CONFÚCIO E CONTEMPORANEIDADE





Confúcio e Bocage. Confundidos habitualmente como pessoas abaixo do medíocre, quiçá nefelibatas de um tempo distante do nosso. O primeiro, célebre filósofo e precursor de um tipo de administração que a história teima em não reconhecer. Bocage, poeta, sonetista e intelectual de sua época, confundido como uma espécie de piadista da corte. Rigorosamente, não é nada disso. Com efeito, vamos nos deter aqui, na importância de Kong Fu-tzu (551-479 a.C.) para a contemporaneidade, como pensador chinês, sábio supremo, cujos ensinamentos dominaram a China por mais de 2 milênios. Nós, administradores ditos de empresas e empreitadas, desconhecemos, por razões ocidentais, seu código de conduta, ora aplicado às questões do Estado, ora como preceptor de uma certa moralidade individual. À escola moderna da administração científica, voltada para o pragmatismo e o resultado imediatista, pouco se daria o luxo de esmiuçar o que estaria por trás da trajetória de um eminente vulto oriental, cuja noção de honestidade foge aos padrões atuais da sociedade dita pós-industrial. Pessoalmente, não me furto de revelar que já fui levado ao ridículo por um executivo de uma estatal, quando citei numa palestra, o nome de Confúcio. Não arredei pé de minha defesa na época, isto porque, além de um grande fã do filósofo, estou convicto de que a honestidade da coisa pública (res publica) na aplicação de conhecimentos e recursos, há que se pautar no caráter corrente do indivíduo como ser social. Não seria portanto óbvio afirmar que na maioria das vezes, o executivo, quando interrogado sobre o que significa sua escolha para um dito cargo, há-de invariavelmente repetir o mesmo lugar-comum: é um desafio! Ora, tudo é desafiante, dês que existam recursos, pessoas e objetivos. Peter Drucker, velha raposa do ensinamento moderno da administração, já pontificava anos atrás. Não é, sobremaneira, o bastante. Confúcio dizia que não basta ser honesto, tem que mostrar e demonstrar no dia-a-dia uma atitude coerente. Portanto, àquele que, mesmo não professando a administração profissional, estiver na expectativa de utilizar sua imaginação como ferramenta científica e prática, urge conhecer esse preceito. Não há nenhuma necessidade de sepultar, todavia, as grandes escolas mecanicistas, comportamentistas ou keneysianas; mas é fundamental que se ensinem nas escolas um novo tipo de gerência: a conduta do negócio depende da conduta do indivíduo. Gerenciar o poder não é necessariamente gerenciar um negócio. O velho Confúcio morrera frustrado como a grande maioria de todo grande sábio, quando desabafara prevendo sua morte iminente: “ nenhum soberano me procura mais para assessorar-lhe; sinto que meu tempo acabou”. E é quase exatamente isso que negligenciamos em nossos principais mestres: somos imediatistas e pragmáticos demais e esquecemos que a vida, não obstante efêmera, dura exatamente o tempo de uma idéia, e a relevância de seu conteúdo de honestidade correspondente.

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WALTER DA SILVA – Administrador e prof. universitário



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