Rubenio você é doido
Botando-me nessa fria
Não tenho capacidade
Sou um aprendiz: chefia!
Mas pra sair do embaraço
Essa tentativa eu faço
Porque sei que cê faria.
Fugir dessa eu não podia
Porque você não mentiu
Já falou pra todo mundo
Espalhou pelo Brasil
Como pólvora em rastilho
Contou até pro meu filho
E essa verdade assumiu.
Como você descobriu?
Algo deve ter vazado!
Minha estada no fórum
Era segredo de estado
Ainda mais com amiga
Pode até gerar intriga
Eu estava disfarçado.
O que me deixou abismado
Na contradição porreta
Foi um índio guarani
E uma índia ponte preta
Falando em carioquês
Com sotaque japonês
Passeando na retreta.
Tinha um paulista careta
Com sua noiva de Malta
Ele inscreveu o corintians
Para ser a nova pauta
Com aval de palmeirense
E o pessoal da caldense
E duma elite mais alta.
Eu escapei por um triz
Dum poeta japonês
Que queria duelar
Em mandarim ou chinês
De viola num repente
Eu me fiz de indiferente
Deixei passar minha vez.
Vou falar para vocês
Dos artistas que vi lá
Que só pintavam o sete
Cum as muié do lugar
Deixaram uma geração
Aumento da população
Cada um deixou um piá.
Um cabra do ceará
Metido a bom cordelista
Desafiou outro de Java
Um tremendo repentista
Um falava cearensês
O outro só javanês
Num entendimento altista.
Um cara quera turista
Só queria dançar samba,
Mas o pessoal cubano
Dava preferência a rumba
O vienense só valsa
O Porto-Riquenho à salsa
Só brasileiro era bamba.
Convido o Jorge Sales
Para dá continuidade
Pois também tava presente
No fórum lá na cidade
Sei que não vai recusar
Né homem de recuar
Porque tem qualidade.
Para falar a verdade
Jorge tava acompanhado
Com uma morena faceira
Que só andava ao seu lado
Com um sorriso no rosto
Enchendo a vista de gosto
Falante e todo animado.
Vou deixar bem afirmado
queu nunca tergiversei
Nunca vou tergiversar
Pois nunca nisso pensei
Quem tergiversa é fujão
Tergiversando à emoção
Tergiversador não serei.
