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Artigos-->FALTA DE LEITURA, O QUE É ISTO? -- 26/03/2008 - 18:08 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FALTA DE LEITURA, O QUE É ISTO?



Francisco Miguel de Moura – Membro da Academia Piauiense de Letras



A leitura é um hábito que se adquire na escola, para conservar a vida inteira. Na leitura trabalham a mente e os sentidos internos: ouvido e visão, em maior peso, enquanto que vendo imagens somente a vista trabalha e bem menos. Já se disse que “uma imagem vale por mil palavras”, porém é uma das inverdades clamorosas que os seus produtores (tevê, filmes, etc.) tem feito circular.

Leitura se faz no jornal, na revista e principalmente no livro. Neste é onde são lidos os grandes romances e a grande poesia, assim como obras básicas da nossa cultura como a Bíblia, a Ilíada, a Odisséia, os Lusíadas. Mas não só romances, também contos, crônicas, memória, biografia, cartas, todos esses gêneros – como a ficção e a poesia – vêm carregados de emoção, de prazer estético, de satisfação da alma. A melhor leitura é a que se faz na solidão e no silêncio, mas não devemos desprezar aquela que é feita em público, seja individual ou coletivamente.

Hoje, o problema é a falta de leitura. Creio que existe quem, ao lhe ser sugerido ou recomendado algum tipo de leitura, tenha perguntado mesmo que a si próprio: “Leitura, o que é isto?” talvez pelo fato de não ter sido alfabetizado ou, mesmo tendo tido escola, uma vez lá fora, nunca mais quis abrir um livro.

Mas não devemos ficar apenas nas queixas e lamúrias de que hoje não se lê como antigamente, embora com tanto livro publicado e exposto; hoje não se compram mais livros, não se vendem mais livros, salvo os best-sellers ou de auto-ajuda. Os livros de alta-ajuda (os clássicos de qualquer gênero) ainda são vendidos, embora pouco e para coleções ou bibliotecas particulares. A pergunta certa a fazer-se é esta: “Por que não se lê mais como antigamente?” Claro, a leitura que estamos cogitando não é a das apostilhas, dos cursos e concursos, mesmo tratando-se de livros editados, pois são todos técnicos e em linguagem puramente intelectual, onde o sentir não entra. A leitura de arte quase desapareceu, cada vez são menos os leitores de livros “não-adotados.”

Se queremos fazer algo para melhorar esse estado de coisas, alistemo-nos num programa de longo prazo, para promover leituras nas escolas de todos os níveis, nos teatros, nos clubes, nas associações, nas academias, nos sindicatos, nas ruas e praças, em toda parte. Principalmente entre as crianças, que estas formem um hábito real para toda sua vida, justo para terem uma vida melhor. No Brasil, estamos cheios de “analfabetizados”, termo inventei para identificar os que, saídos da escola onde foram alfabetizados, abandonam as letras para nunca mais, até se esquecendo do que é ler. “Ler? O que é isto? Literatura, o que é isto? Para que serve?”

Por mim, não acredito na sabedoria de quem nunca leu um grande romance, mesmo que se trate de um alto intelectual. Falta-lhe sempre algo, e esse algo só será preenchido pelas leituras, nunca pela televisão, pelo cinema, pelo rádio, pela “internet”. A leitura no computador é prática, necessária, é obrigação e quase sempre técnica e intelectual. Há um poeta brasileiro, cujo nome não me vem à memória neste instante, que disse num dos seus poemas: “Não existe noite escura para quem cursou a escola”. Junto a ele, eu faço coro e acrescento: “... desde que continue lendo, lendo sempre e mais”.



A leitura nos dá o que nenhuma imagem pode fazer: a plenitude da consciência.

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Francisco Miguel de Moura – Membro da Academia Piauiense de Letras – poeta brasileiro, mora em Teresina, PI





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