O tempo que passou: duzentos anos,
Dês que cheguei aqui estropiado.
Agora, o corpo etéreo remendado
Me deixa parecido co’os humanos.
Se venho lhes contar é que me agrado
De ter sofrido tanto tais enganos?!
Não pensem que me rio: são insanos
Os sentimentos d’alma deste lado.
E me arrependo ainda, porque sinto
Que tenho de voltar ao chão do mundo.
Alguém irá pensar que agora minto,
Por ver que me debato, lá no fundo
De trevosa consciência, mas não pinto
Um pérfido retrato, ou me contundo.
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