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Artigos-->O BRASIL E A POLÍTICA INTERNACIONAL -- 06/03/2008 - 22:59 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O BRASIL E A POLÍTICA INTERNACIONAL



Teresinka Pereira*



Sérgio Cabral começou a carreira como agente de turismo e levou vários anos aprendendo e amando a cidade e o Estado onde nasceu – Rio de Janeiro, Zona Norte. É importante mencionar este detalhe, no momento em que consideramos que o atual governador do Rio, ao contrário, não vem da classe fina da Barra ou dos bairros nobres; vem do coração do povo, da maioria de classe média, e que conhece os problemas de sua cidade e das favelas de muito perto. O pessoal da classe média do Rio, que não tem carro blindado nem chofer para levar as crianças às escolas particulares e que tem que andar, é o que mais sofre com os assaltos, os seqüestros, os arrastões e essas táticas de roubo empregadas pelos pivetes e bandoleiros que descem do morro favelado para aterrorizar os cariocas de Copacabana, Leblon, Laranjeiras, etc.

Os moradores das favelas acolhem e protegem os traficantes e os e os seqüestradores porque recebem um bom dinheiro para fazer isto. Quando o exército estadual foi chamado recentemente para interromper a “balaceira” que cruzava as ruas das favelas era porque já a guerra entre os bandos de traficantes das drogas ia avançando e ninguém sabia onde ia parar. Essas balas estavam matando gente inocente ou favelados que não tinham nada que ver com o tráfico. Entretanto há que reconhecer que as drogas pagam generosamente. Mas a velha imagem da favela como terra da maioria dos cidadãos pobres, necessitados e abandonados em sua miséria, é a que permanece na caridade de qualquer cristão.

Há um grande equívoco na mentalidade carioca e se faz necessária uma explicação internacional. Nos Estados Unidos, os “bushistas” já estão se persignando ao ouvir o nome de Sérgio Cabral, amigo de Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa. Não passará muito tempo e estarão garantindo que faz parte do “Eixo do Mal”. Há um grupo de ecologistas que fazem finca-pé na idéia de que a Amazônia, sendo o pulmão do mundo, deve ser desapropriada do território brasileiro para que seja preservada da devastação (os mapas escolares das escolas estadunidenses mostram o do Brasil já sem a Amazônia, de fato). Assim como há também uma nova corrente política internacional, de berço na CIA, que se chama de “neoliberal” e que determinou de salvar os traficantes e usá-los para a sua agenda de acusar o governador Cabral, dizendo que o Exército está violando os direitos humanos dos traficantes. Enquanto isso, esses hipócritas e apaixonados patriotas americanos discutem sobre o problema de terrorismo nos Estados Unidos e continuam aprovando a prática da tortura sistemática dos suspeitos de conspiração.

Essa tática da CIA já fez efeito em muitas partes do mundo. Já está globalizada. Seu uso, atualmente, na Venezuela onde os estudantes jovens, mal informados e treinados pela confusão da liberdade de imprensa e da democracia estilo USA, é evidente, tudo faz com que levantem os protestos contra Chávez porque não deu nova concessão à cadeira de Rádio e Televisão RCTV, financiada pela CIA para combater o novo presidente que anda socializando a nação petroleira da Venezuela. A CIA está mandando uma fantástica inversão de dólares americanos e até de euros (via Espanha) para impedida a reforma da constituição venezuelana. A diferença do que está acontecendo na Venezuela e o que acontece no Brasil, especialmente no Rio, é que este é um Estado e a Venezuela um país, e que o povo venezuelano já pode celebrar uma nova vida livre de analfabetismo, miséria, falta de hospitais e habitação, e o direito do voto e do referendum, etc. Os estudantes “americanizados” vão perder e o povo vai ganhar. A Venezuela, com a reforma constitucional, vai se converter numa potência mundial. O Brasil poderia também fazer isto, se os outros Estados imitassem o exemplo de Sérgio Cabral e fizessem alguma coisa para terminar com o tráfico de drogas, com os seqüestros e com o crime de rua nas grandes cidades e nas capitais.

O que o governador do Rio está fazendo obedece a uma seqüência política de investir no potencial de turismo e de ser anfitrião internacional começado com o MERCOSUL, continuado pelos jogos Panamericanos e, sem perder tempo, ir se preparando para os Jogos Olímpicos em 2014.

A confusão da política brasileira foi criada com a herança de um vocabulário manipulado pela CIA durante as ditaduras na América Latina, nos finais dos anos da década de 1950 e princípios da década de 1960. A ditadura no Brasil durou de 1964 até 1985, uma das mais longas das ditaduras latino-americanas. O termo “social democrata”, por exemplo, não significa nem socialismo nem democracia, mas uma maneira de negar que a esquerda seja democrata e que o socialismo pode sobreviver até mesmo depois da queda da União Soviética por culpa da corrupção da infiltração da CIA na Rússia. O mesmo acontece com o termo “neoliberal”, que não significa nem de longe um liberalismo progressista e socialista e sim uma maneira de fazer a globalização da miséria, ou seja, como diz Frei Betto em um artigo recentemente publicado na internet, sob o título de “Diez consejos para los militantes de izquierda”, os quais resumo em tradução de volta ao português:

“Cuidado: Você pode estar contaminado pelo vírus social-democrata, cujos sintomas principais são usar métodos de direita para obter conquistas de esquerda e, em caso de conflito, desagradar aos pequenos para não ficar mal com os grandes”. (Distribuído em espanhol pela Revista KOEYU).

Por aí estão os estudantes de hoje em dia, juventude muito diferente da que fomos nos anos 1960. É que sabíamos muito bem de onde vinham as idéias do imperialismo. As notícias internacionais distribuídas pela Sociedade Interamericana de Imprensa, organização nascida, paga e dirigida pela CIA, são tergiversadas. Falam de violação dos direitos humanos dos favelados e estão infiltradas em toda parte, na internet, em cadeias de televisão como a TELEMUNDO, que funciona em Miami e em Los Angeles, com apoio da CIA, para falar mal de Fidel Castro e de Hugo Chávez, Rafael Correa e Evo Morales. Os repórteres desses meios de comunicação se fazem contra a censura proclamando que só a “democracia representativa” pode garantir uma autêntica liberdade de expressão. Esta sociedade está destinada a dar a aparência de ser democracia, mas, durante as ditaduras da América Latina, esteve ao lado dos ditadores. Esses repórteres de Miami e Los Angeles chegam aos Estados Unidos em busca do “sonho americano” de acumular uma fortuna rapidamente. São os novos contra-revolucionários, ou simpatizantes, os “contras” como os nicaragüenses da gloriosa época sandinista e os “gusanos” do exílio capitalista cubano.



_________________

*Teresinka Pereira, professora e poeta, mora em Toledo, Ohio, EUA, de onde exerce grande atividade poética, humanística, como presidente da IWA (Associação de Escritores e Artistas Internacionais.





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