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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->O APLAUDIDO DRAMATURGO CURADO PELAS PÍLULAS PINK -- 06/01/2003 - 16:29 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O APLAUDIDO DRAMATURGO CURADO PELAS PÍLULAS PINK
Roteiro de Coelho De Moraes baseado na obra de Natália Corrêa (1923)
Personagens: Homem 1 (H), Homem 2 (PP); Mulher (M); Gerente (G); MS (mulher suspeita), Mulher de H (MH), duas pessoas quaisquer para a foto.

CENA 1
(Homem pelas ruas. A dada momento, em circunstâncias diferentes, encontra outro homem, a cada momento com roupas diferentes e rosto pintado de colorido, que fala o tempo todo):
PP: Eu sou o aplaudido dramaturgo curado pelas pílulas pink.
(finalmente o homem entra num restaurante ou bar fechado, o café e senta-se à mesa pedindo algo com os dedos. PP senta-se à sua mesa)
PP: O senhor me dá licença. Vale a pena a compra que vai fazer Carrinhos para bebês, carros nupciais, féretros ou carros de corridas, somos a empresa que mais transporta e que mais oferece bons transportes.
H: Mas, afinal de contas, o senhor é dramaturgo ou vendedor de automóveis?
(PP o olha com admiração)
PP: A lista telefônica é uma aflição de personagens em busca de um autor. Pirandello roubou essa minha idéia, mas eu não ligo... por isso eu me separo da dramaturgia para entrar nos domínios da religião (sorri, orgulhoso) o que é contra os meus desígnios pois só a dramaturgia pode demonstrar a esxistência de Deus.

CENA 2
(H entrando no Hotel ou no hall. PP o encontra inesperadamente, estendendo um cartão...)
H: (lendo) Eu sou o aplaudido dramaturgo curado pelas pílulas pink.
PP: (feliz) Exato! Claro! Uma mulher!
H: Como?
PP: O senhor precisa de uma mulher. Oh! Não me refiro ás vis necessidades fisiológicas. Bem vê, não sou um alcoviteiro. Preocupo-me, sim, com os aspectos morais da solidão. O homem solitário é um perigo. Uma perversão com riscos dramáticos para toda a Humanidade. Para não julgar que exagero lembro-lhe da bomba atômica. Se o senhor não sentir hoje uma mulher nos seus braços, nada nos garante que esta mesma noite não incendeie a cidade.(H vai reagir) Não proteste! Vou resolver o assunto. Dentro de meia hora terá no seu quarto aquela a quem esta cidade terá de agradecer não ter perecido numa catástrofe.

CENA 3
(H está tomando banho. Batem à porta. Sai molhado em toalha. Entra uma mulher excelente, alta, morena, com roupas sensuais e movimentos e gestos eróticos, animais. H começa a se envolver. A um começo de amasso e gemeção. Batem à porta. H hesita mas abre. É o gerente. Ele está sério, mas de repente fica sorridente amarelo. Ele tenta olhar para dentro).
G: Senhor? Este nosso respeitável hóspede apresentou uma reclamação (a mulher se cobre com lençol. O reclamante avança, sério)
PP: Eu sou o aplaudido dramaturgo curado pelas pílulas pink.
H: Mas...
PP: Não há mas... nem meio mas... Sou um dramaturgo, o que quer dizer que eu moralizo a cidade ( ele entra, seguido do gerente e vistoriar o local). O senhor sofre o império da corrupção que eu combato. Esta pobre mulher que recebe dinheiro para satisfazer o seu vício (verifica a toalha de H) é a prova de que o senhor é um fomentador da guerra. (levanta o lençol da moça, o gerente repete servil). Porque a guerra não é mais do que um desenvolvimento lógico da libertinagem. Demonstro isso, claramente, nas minhas peças.

CENA 4
(Escritório. Entra repentinamente um mal educado com modos revolucionários, apoiando a mão na mesa, olhando cara a cara)
PP: Eu sou o aplaudido dramaturgo curado pelas pílulas pink.
H: Meu caro senhor. Conheço suas intrigas. Não voltarei a cair nas armadilhas de seus favores.
PP: Perdão, amigo. Sou um dramaturgo de vanguarda. Combato a velha dramaturgia que vive do triângulo clássico. Mas, a vida persiste em ser acadêmica. Impõe uma realidade que é uma justificação da arte dramática conservadora. O senhor é o perfeito exemplar do argumento que essa fauna reacionária usa para rebater as minhas teorias. Cumpre-me chamar-lhe a atenção de que está colaborando para o atraso do espírito, permitindo que a sua mulher o atraiçoe.
H: (H vai pra cima, enquanto PP replica) Cai fora daqui. Suma da minha frente.
PP: Eu sei onde ela vai. Eu sei onde ela fica.
H: Não sei por que a minha secretária permitiu que você entrasse.
PP: Eu sei em que apartamento ela fica com o outro.
H: (empurrando) Vai embora... não me faça perder tempo.
PP: (saindo e jogando um papel amassado) Isso mesmo, não perca mais tempo. Se se apressar, poderá apanha-los agora mesmo em flagrante.
(H ouve a porta se fechar. Hesita. Pega o papel, lê. Joga fora, Vai para a gaveta e pega o revolver. Funde imagem com o H entrando violentamente porta adentro de um ap. U’a mulher suspeita (MS) se assusta e vendo a arma aponta o local. Quando H se aproximar há lá dentro gemidos. Hentra, o quarto em penumbra, e vê a mulher trepada em cima de outro sujeito.)
H: Enfrenta a morte, miserável! (a mulher, mesmo nua, se arrasta pelo chão, pedindo perdão, indo aos pés de H).
PP: Espere... espere... eu não sou um vulgar sedutor de mulheres casadas. O senhor é o culpado de tudo isso. Nunca percebeu que sua mulher era uma personagem. Eu não podia ser insensível a este fato. Fique sabendo que me encontro no aborrecido exercício de um dever profissional. Sou um dramaturgo... (enquanto fala H olhas para a mulher e lhe dá o revolver apontado para o sujeito) o aplaudido dramaturgo curado pelas pílulas pink H: (para a mulher) Para me convencer de seu arrependimento. (e sai).

CENA 5
(H em casa, lendo jornais. Nos jornal mostra que a mulher se matou nos bancos do jardim público, em frente à estátua de um poeta. Imagem de meio página)
H: (pensando) Ela terá feito desaparecer o corpo do tal dramaturgo? (sorriso de mofa).

CENA 6
(Passeando pela praça como turista e tirando fotos, em rua de maior movimento. Alguém se aproxima, enquanto H observa uma Igreja. O rosto da personagem não aparece. Enquanto fala H se enerva e se controla).
PP: Tenho estado a observá-lo. O senhor atravessa uma crise moral. Não negue. O seu interesse pelas coisas antigas não me engana. Gosta de portas carcomidas por carunchos? Está portanto em perigo da mais atroz desumanização que culminará no desejo de destruir o seu semelhante. Sei o que digo. Conheço os homens por dentro, o que não admira, visto que... permita que me apresente, sou o aplaudido dramaturgo curado pelas pílulas pink. (H empurra o sujeito para trás e se fasta) Acho muito conveniente que guarde uma recordação desse nosso encontro. Sugiro que tire uma foto. (H para, se volta. PP posa para a posteridade, entre duas pessoas quaisquer. E H, sem nenhuma emoção bate a foto, sem mesmo olhar pelo visor).

CENA 7
( H está esperando a revelação da foto. Pegando a foto, nada há ali. Só as duas pessoas que ladeiam um espaço vazio. H olha para cada lado da rua. Joga a foto fora e vai embora. Ao fundo, enquanto há o crédito fina, aproximam-se de H que não dá mais bola, vê-se que é um palhaço que fala muito em volta de H, enquanto ele se afasta).


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