Itanhém
Cresceu de tijôlo e rebôco!
Onde é que está o amor por esta terra?
Feliz aniversario
Marca o teu calendário!
Tantos anos já vividos
Nos teus sonhos adormecidos.
Tantos prefeitos!
Tantos desfeitos!
Tantos Vereadores!
Tantos dissabores!
Muitos sugadores.
Cresceu? Um pouco,
Mas de tijolo e rebôco.
Onde andas muitos de teus filhos
Que um dia te encheu de brilho?
Voltando um dia ao começo,
Eu faço o meu recomeço.
Do mata-burro da tua entrada,
Entraram alguns em tua morada!
Quantos anos mal vividos,
Mandando filhos aos Estados Unidos!
Deixaste eles irem embora
Bem antes do romper da aurora.
Meus parabéns
Itanhém!
Mas... O que é mesmo parabéns?
Pois não sei também!
Olha-se em tua praça
Não vejo muita graça!
Entraram muitos estrangeiros
Sujando o teu terreiro,
Vieram trazendo alarde
Tirando proveito do teu charme,
Trazendo drogas e maledicências
Cuspindo na tua inocência.
As coisas boas ficaram para trás
Parecendo que não volta mais.
Como deixaste machucar assim
Deixando-te ilhar de capim?
Diga-me como foi
Que deu mais valor ao boi?
Cresceste de muitos bangalôs
Mas ocas por dentro sem o amor.
Onde estão teus filhos de formatura
Que não preservou a tua cultura?
Cada um procurou o seu canto
Enchendo-te de medo e espanto!
Como te parabenizar,
Se dos teus rios não souberam cuidar!
Cadê aqueles pés de ingá
Que um dia deixei lá,
Enfrentando desafios
Nas margens dos rios?
Não cuidou de tua cultura, do folclore,
O que deixará para tua prole?
De quatro em quatro brincam contigo
Estes teus mui amiiiigos!
Conseguiram expulsar daqui
Aqueles que gostam de ti!
Simplício te deu de coração
Cinco alqueires de chão,
No entanto seu filho Sabino Binas
Vai vivendo a sua sina
Aqui neste lugar,
Sem uma casa para morar.
Cadê os teus prefeitos
Que não olha este desfeito?
Quantos anos! Quantos anos...!
Foram muitos os desenganos...
Apelo para os teus ideais
Invocando os teus ancestrais!
Traga Simplício Binas para cá
Para de novo seu amor nos dar.
Invoco outra vez este teu fundador
Para aliviar a tua dor.
Chama de novo Sr. Sady
Que um dia partiu daqui
Faça já um benzimento
Para não ficar no esquecimento!
Chama Frei Simão e Padre José
Para professar a sua fé,
Cravo Roxo, Manezin do Gavião,
Massimiro, Véi Morais, Vicentão,
João Grilo com sua arte
Zé Surdo, Daci Pedra, Clauduarte,
Conrrado e os tropeiros
Julio trindade foi o derradeiro,
João Barreto, Zé Cabacinha, Enelita
Afonsinho e Zé de Anita,
Guilhermina com sua rudia,
Servindo de embasa por uns dias,
Joca, Selvino, Nên Galêgo
Que também fez parte do enredo.
Dr. Farias, Arnaldo e Cocazinho,
Horácio Afonso,Liô, Gaspar e Edinho,
Joaquim cego Sr. Horácio e D. Laurita
Caboco, Marin, D. Coló e D. Rita,
Bela Fatêra, Tande e Teuzinho
Biu, Bola Sete, Reizinho
Zé Gazin, Mané Preto, Zuinão,
Otacílio, J. Pires, Joana Tremendão,
Valda, Tinôco, Chico Professor,
Alicate, Peixe, Zezé Serrador,
Seu Izaú, Rubens Davi, Almeritão,
Anterin, Seu Bispo, Chebão.
Belo Farias, Tio Né, Mosquito, Nélia,
Roquin do pt, D. Zuina, D. Adélia.
Osvaldo Sampaio, Lia de Nandin, D. Ingrácia,
Chico, Berilo, Osvaldo da Farmácia.
Seu Miguel, Ernandes, Ceni,
Tõe da Gazolina, Beló, Hercules, Pe. Davi.
Osmar Davi, Josino Curvelo, Tozão,
Zé Bacana, Gildásio, Bernadino Baião.
Pedro Rola, Ubaldo, Dona Dainha,
Arueira, Zé Tortin, Zé Bufinha.
Chico Lopes, Sonrizal, Gatão,
Getúlio, Bonfim, Dui Brandão.
Maristela, augusto Mineiro, Deilton,
Paulo Eça, Dica, Renilson.
Diolizon, João Gordo, Maria Raiban,
Odalice, Betãnia, os filhos de Airam.
Antonio grosso, Zé Celeiro, Carlitinho,
Benedito Guedes, Garoto, Marquinhos.
Dolírio, Caroba, Zezim Lambiqueiro
Antero Santana, Nô Sanfoneiro.
Dóla,Signário, Lero, D. Nildes
Véi Gió, Demétrius, Alcebíades,
Sabinin, Jasson, cruzadinha,
Sr. João Bispo, Gloriete, Carminha.
Olavo Brexó, Maria Bispo, Graciete,
Edigar Assunção, Dr. Fernando, Gloriete.
Guiomar, Marião, Angélica e Nadir,
Raquel, D. Idália, Lucilma, Elacir.
Sr. Hermes, D. Deja e Nenenzão,
Ubaldo, Luiz, Lota e Dadazão
Muitos outros que não estou lembrando,
Em suas mentes sei que estão ficando.
Velho Juca, Zé Resende e Terto Pinheiro,
Ah! Como esse povo esquece ligeiro!
Inúmeros os que fizeram sua história,
Que não guardastes na memória!
Por esses e pelos que estão no anonimato,
É que te parabenizo de fato.
De: Airam Ribeiro
13/08/02
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