Espera em Preto e Branco
Deixei a porta aberta, janelas
Ainda assim, a saudade deitada
Teimou em permanecer, ficar
Estampados meus retratos desnudos
Passado em ferida aberta, sangrando
Emoções em casulos de cristal
Prateleiras apinhadas de sonhos
Rotos, asfixiados por um aceno
Olho-me, no espelho do presente
Coração estóico em sua inércia
Insistente em lembranças amareladas
Tentei esvaziar-me de ti, esquecer
Suicidando momentos, carinhos
A primeira brisa radiante da manhã
Acordou-os, ressuscitando desejos
Teus beijos, mesmo em preto e branco
Ainda vibram em meus lábios gélidos
Meus melhores sorrisos estão envelhecendo
Ancorados na solidão de uma espera...
© Fernanda Guimarães
Em 28.05.00
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