Metamorfose da Saudade
Calaste-me com tua poesia
Reavivando uma saudade
Ainda que abismo, precipício
Alenta a continuidade do sonho
Respira na agonia de uma espera
Abraços foram ensaiados, acalentados
Lábios se entreabriram, num quase beijo
Gostos foram provados em relatos
Aromas de amor decifrados, traduzidos
Em enlaces harmoniosos e musicais
Castelos foram erguidos, unindo
Cenários tão distantes, longínquos
Sedentos, corações se refestelaram
No banquete abençoado dos amantes
Mãos se espalmaram, num quase toque
Carícias foram reinventadas, sentidas
Nunca a palavra amor disse tanto
Cabias exato no meu ávido coração
Resignificamos palavras e emoções
Versos foram compostos, doces prelúdios
Rimas decantadas em cada descoberta
Sem que quiséssemos ou percebêssemos
A paleta do destino, pintou-nos uma lágrima
Afinidades maculadas pelo inusitado
Sorrisos que foram surpreendidos, manchados
Pelo pranto de um adeus mudo...
© Fernanda Guimarães
Em 24.05.00
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