A trave do meu olho enxergo agora
E tudo vou fazendo p’ra tirá-la,
Enquanto o coração não mais se cala,
Que é fácil desarmar, se o gajo chora.
Aí, chega um sorriso que me abala,
Que o mestre vem mostrar, pois não deplora
A rima que rasteja, explode ou gora,
Porquanto o meu trabalho aroma exala.
Alguns se empenham tanto p’ra que a forma
Mantenha os bons padrões da norma estética.
P’ra mim, o conteúdo se reforma
E fujo de fazer que seja atlética
A minha ação primária, pois transforma
Em músculos, apenas, a poética.
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