Ontem nasci para a cidade
que é um espaço aberto em meu peito.
Pressinto uma estação de flores, desejo uma estação de águas,
coloro risos novos, trago bandeirolas para os meus prédios.
Pratico a ação impensada de cada amante.
Entrego o fato para as fadas dos escritórios.
Sonho buquês de rosas túrgidas, molho os lábios em potes de mel,
levanto a pulsação dos aromas das maçãs.
Crio um som de orquestra metálica,
inauguro um paladino toque de escrita,
deixo uma tabuleta dentro de um livro de retalhos
e a crença espreitada de um filho possível. |