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Artigos-->CONSCILIÊNCIA, O QUE É ISTO? -- 02/02/2008 - 10:33 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CONSILIÊNCIA, O QUE É ISTO?



Francisco Miguel de Moura – Membro da Academia Piauiense de Letras



Da primeira vez que me encontrei com esta palavra fiquei assustado: Seria a tal da inteligência artificial? Foi num site, cujo nome não gravei, onde havia um artigo da jornalista Filipa M. Ribeiro, resumindo observações de um Sr. Luís Muniz Pereira, do Centro de Inteligência Artificial da Universidade de Nova Lisboa. Na primeira linha do artigo, uma pergunta diferente da minha: “Como ver a literatura e a crítica literária à luz do paradigma evolucionário?” E a seguir uma espécie de resposta que a jornalista buscou nas palavras do Sr. Pereira: “São os motes e as propensões evolutivas que estão na base da produção de narrativas”, acrescentando que ele discorda de outras proposições anteriores à psicologia evolucionária, segundo as quais “a literatura é uma mera exibição sexual, tal como fazem os pavões”. Sua explicação desdobra-se com os vocábulos “meme, memes”, que seriam o lado oposto ao genes – lado da criação natural, enquanto o outro responde pelas formações do âmbito cultural.

Tudo isto é muito complicado para o leitor comum, mas, ao que me parece, acrescentando outro enunciado do pesquisador, talvez nos chegue uma luzinha: “Por oposição à crise da crítica literária em resultado do pós-modernismo, Luís Moniz Pereira propõe uma nova fase da crítica mais associada às ciências e contribuindo para a consciliência de todo o conhecimento humano”, registra Filipa Ribeiro.

Além dos vocábulos meme e consciliência já referidos, o pesquisador usa a palavra “universais”, de base histórico-filosófica. Enxergamos em consciliência as raízes ci + li (ciência e literatura), e os prefixo e sufixo respectivamente com e ência, tudo perfazendo um circuito que, no final, quer dizer apenas: a conciliação, literatura e ciência.

Acredito que o leitor pouco aproveitou da explanação. Por isto agora traduzo: Devemos conciliar a literatura com a ciência, ou melhor, a crítica literária com a ciência, como, aliás, a universidade já vem fazendo há anos. Sabemos que nenhum ramo do conhecimento humano, hoje, subsiste sozinho. A literatura, a lingüística, a crítica literária, a filosofia, a psicologia, nem sua forma prática, a psicanálise, subsistiriam sem empréstimos. A literatura serve-se de todos esses conhecimentos e de outros para formar seu patrimônio. Memes, cristalizações da mente dos que nascem com a tendência de descobrir as emoções e os sentimentos e transferi-los para as palavras em discurso artístico, estético, que é sua linguagem? Aceitável. A arte, a criação, naturalmente tem o seu inconsciente coletivo centrado no autor em particular e no grupo e seu tempo como um todo, os quais não se formam no nada, mas no mundo social e científico, a partir do momento em que as ciências se afirmam. Falar em inteligência artificial, comparando a nossa, do homem, com a do computador, é um pouco apressado. Tudo o que o progresso civilizatório humano tem feito até agora é baseado na experimentação da natureza, para o bem ou para o mal, apressando-a ou a retardando, diminuindo-a ou a elastecendo. A memória do computador, a linguagem e a leitura cibernética nada mais são que engenhos humanos. Nada nos diz que, num breve dia, qualquer engenho humano venha a libertar-se do comando do seu inventor para tornar-se uma “inteligência artificial” capaz de recriar com a originalidade e a sensibilidade comprovadas do homem.

Inteligência artificial é balela.



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