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Artigos-->A Mentira -- 26/01/2008 - 16:08 (Max Diniz Cruzeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma sentença ou proposição é uma mentira quando ela transmite uma falsidade, ou seja, uma afirmação que não tem valor de verdade (ver aba/link: lógica) em relação a um referencial que está ligado diretamente ao fenômeno ou caso observado. Para uma pessoa comum a mentira é faltar com a verdade, é também o engano que na maioria das vezes é proposital e pensado, mas a mentira pode ser muito mais: pode ser um ato de codificação errada dos neurônios do cérebro, como também pode ser uma doença, na forma de uma compulsão chamada Mitomania.



Como proposição ou sentença eu posso afirmar que hoje chove. Minha afirmação pode ser baseada em crendices, superstições, observação da natureza, estudos científicos ou análise de equipamentos climáticos. Dado que se finda o dia e não choveu o que qualifica minha afirmação como uma mentira?



As pessoas tendem a acreditar que se a falsidade de uma afirmação em que um indivíduo se baseou em uma crendice ou superstição a “mentira” fica associada ao “charlatanismo” uma forma de mentira em que o possuidor faz falsas afirmações como meio de elevar seu prestígio e convencimento diante de outras pessoas. O engano do charlatão em geral causa revolta naqueles que confiaram em suas previsões e se sentiram enganados por falsas conclusões sobre o resultado do fenômeno.



Quando um indivíduo busca informações sobre aspectos observados na natureza para prever um determinado fenômeno como a chuva em nosso exemplo. O julgo popular considera uma mentira quando o fenômeno não acontece dada a observação. Então o indivíduo comum não considera como válidos os argumentos do “profeta” na observação do fenômeno climático qualificando o “oportunista” que quer notoriedade sobre a mentira inventada. Note que neste caso o que ocorreu foi uma falsa interpretação de dados que ocasionou um engano por parte do sábio que associou erradamente um evento ao fato de chover.



Já na hipótese de uma mentira, ou seja, não chover no dia específico previsto por um estudo científico, a culpa, pela mentira, ou engano, quase sempre recai sobre os modelos multivariados por estarem incompletos ou pelo uso de uma metodologia que não deveria ser aplicada naquele momento dado as condições climáticas vigentes. Existe maior tolerância por parte do popular em relação a esta “mentira” que é amplamente justificada pelos meios de comunicação através de argumentos lógicos que justificam o erro do pesquisador. Mas quando o fato de uma previsão meteorológica vir a falhar seguidamente o descrédito pela teoria faz a ciência perder a capacidade de comunicação com os indivíduos pelo “descrédito” gerado.



Na análise de equipamentos climáticos, a falsidade de uma previsão, ou a mentira em afirmar que irá chover hoje dado que não choveu leva ao descrédito da concepção do equipamento. Caso a metodologia aplicada está correta, diz-se que o número de variáveis envolvidas para explicar o fenômeno é muito superior do que o estudado pela máquina. Também aqui, a reação das pessoas que se sentiram enganadas com a previsão variam de acordo com a repetição da falsidade sistematicamente.



Repare que quanto mais for o nível de acumulação de conhecimento os argumentos que embasam uma falsidade na forma de justificativa para a mentira, são mais complexos e por isto mais tolerados. Quanto mais simples for o pensamento existe uma tendência dos indivíduos que se dizem enganados de reagirem ante uma mentira e assim levarem para o lado pessoal como uma crítica destrutiva que visa aniquilar aquele tipo de pensamento que induz a uma falsa conclusão.



A mentira pode ser um engano em várias situações: falsas conclusões de uma pessoa, confusão cronológica (ver aba/link Física Lenderbook), confusão psicológica, brincadeiras.



Uma falsa conclusão é, por exemplo: supor que Maria vai à feira todos os dias para comprar tomate. Quando volta passa sempre na quitanda para comprar um pastel de queijo. Ao chegar em casa ela lava o tomate e pega parte dele e faz um extrato, outra parte guarda para salada na geladeira. Então João que está interessado em Maria e segue sempre seus passos para casa, por vezes ajudando-a a carregar a sacola e a lavar os tomates em casa chegou a seguinte conclusão: se não tiver mais tomate na feira Maria não vai mais fazer compras. Se o queijo da quitanda encarecer muito Maria não irá preferir pastel de queijo e sim de carne. Maria me ama, ela demonstra isto aceitando minha ajuda todos os dias.



Repare que João, nosso nobre “Romeu” analisou superficialmente o comportamento de Maria com elementos que julgava importantes para si. Um dia Maria apareceu na feira, e não tinha tomate. Ela preferiu comprar batata. Foi aí que conheceu o seu Joaquim. Eles se apaixonaram a primeira vista e se casaram. O que aconteceu a João: continuou a carregar por longos tempos a cesta de batatas de Maria até que chegou a conclusão que seu amor era uma ilusão.



João por muito tempo acreditou numa mentira, numa ilusão, num truque em que seus neurônios entorpecidos lhe pregaram. Uma conclusão lógica errada leva a atitudes impensadas. A pessoa sai do eixo normal para vivenciar uma ilusão em relação ao seu reflexo. É uma tendência natural do ser humano interpretar os outros como elas pensassem da mesma forma que você raciocina. Isto leva a um engano, a um erro e a uma mentira.



Na confusão cronológica o passado e o presente caminham lado a lado. A recordação humana abstrai informações passadas e as coloca no presente como se as duas situações estivessem coexistindo. Então a pessoa comunica-se com familiares ou personalidades anos atrás como se fosse um evento natural chegando a conclusões lógicas falsas ou a mentiras através de uma falsa estrutura de comunicação neural. Se uma pessoa acredita ser possível interagir passado com presente e futuro ela deve ter a precaução de observar se as informações colhidas através do consciente coletivo estão confundindo seu momento presente de ser.



Confusão psicológica é caracterizada pela deficiência de conectividade dos neurônios. As informações contidas no cérebro se cruzam e ao formar ligamentos leva um indivíduo a chegar a falsas conclusões. Então para Max: montar à cavalo significava queda na certa. (ver aba/link: Literatura – Livro Lender) Uma vez ele montou à cavalo e não caiu. Então Max Mentiu? Neste caso a mentira é também chamada de “engano” porque é suavizada pelas noções de: exagero, superação e crença.



A brincadeira é uma busca fantasiosa que visa escandalizar alguém através de uma conclusão falsa de um evento, assunto ou fenômeno. É uma medida sadia se praticada com temperança. Já no intuito de confundir outra pessoa é vista como um profundo mau gosto, pois é geradora de confusões psicológicas quando não revelado sua verdadeira intenção: o entretenimento. Um exemplo clássico era Pedro que nutria um grande sentimento de amizade por Dora. Vendo que Dora estava triste e tendendo à depressão Pedro declara Amor por Dora e lhe manda um buquê de lírios em sinal de amizade, mas com uma declaração de amor. Você pode dizer que Pedro brincou com os sentimentos de Dora? Pedro estimulou os sentimentos dela para dizer que ela era especial. Após que se encontraram ele revelou a ela o grande sentimento que os unia uma profunda amizade que não admitia que ela chegasse a depressão.



Mito é uma mentira carregada de verdades, valores e símbolos de uma época. Os mitos tentam justificar fatos pela introspecção dos personagens. Então promovem o julgamento dos motivos internos que levaram as pessoas a praticar atos como uma sustentação dos fatos praticados por eles. A vantagem desta mentira é que ela é indutora de comportamentos sociais, onde os valores são reconhecidos e válidos dentro de uma estrutura lógica de pensar. Os motivos dos “mocinhos” e “mocinhas” são supervalorizados e acabam entrando no inconsciente humano como um modelo a ser seguido caso uma situação semelhante ocorra.



Mitomania é a arte de mentir descaradamente a qualquer custo para satisfazer os desejos internos de alguém. Ela quando demasiada é uma doença e precisa ser tratada para que a pessoa volte a raciocinar através de uma forma mais equilibrada. Geralmente o mitômano vive sobre uma cortina de ilusões. Para ele mentir torna para si um porto seguro que o irá resguardar da interferência das outras pessoas sobre sua vida. A doença transmite também segurança, uma vez que sua real forma de ser está num cantinho reservado para si nas horas em que está sozinho ou com pessoas que pensem iguais a ele. Tudo é uma questão de oportunidade, de sustentação com premissas elaboradas sobre o seu modo de vida e da conveniência que dita o momento certo de implantar a informação errada, ou seja, a “mentira”.



O falsário é aquele que prega uma mentira sobre pessoas que julgam ter conhecimento sobre determinada relíquia, assunto ou objeto de valor. O falsário imita uma realidade e se apropria dela como sendo autêntica. Todos que têm acesso ao que o falsário diz acreditam ser ele autênticos. Quanto maior a mentira neste segmento maior será o esforço do falsário por reunir todos os elementos necessários para manter viva a sua farsa. A mentira pode surgir de uma necessidade de elevar o conhecimento quando não se tem.



A mentira às vezes é utilizada para preservar a inocência das pessoas. É o caso dos pais quando escolhem o melhor momento para explicarem sobre sexualidade para seus filhos. Então eles utilizam de símbolos do consciente coletivo (ver aba/link web-teatro As Maravilhas: Outrora Rosas) para darem uma justificativa sobre a existência que servirá de base para o amadurecimento da psique infantil até ela estar preparada para absorver a informação da época certa e assim evitar distúrbios de somatização.



Tem certas mentiras que seu efeito é minimizador. Então para que chegar em uma pessoa idosa e que tem problemas cardíacos e revelar que você bateu o carro e teve perda total e que seu sobrinho está em estado grave, mas não corre risco de vida no hospital? Revelar tal informação poderia levar a idosa a ter um infarto e sua vida esvair-se. O foco da mentira aqui é evitar que um mal maior se abata sobre os indivíduos e preservar as pessoas de situações mais constrangedoras que possam suportar.



Para a maioria das Religiões a mentira é obra do “demônio”, pois ele é enganador, que leva o homem para a perdição. Revelam que a injustiça e a mentira caminham juntas. Que o homem não deve faltar com a verdade, pois ela é purificadora e leva a vida eterna ao lado de Deus. Se você engana seu irmão estará enganando a si mesmo. Deus apontará suas falhas no dia do juízo final. E não enganarás mais ninguém, pois o dia do seu julgamento chegará. E toda a sua maldade será arrancada do teu peito.



A mentira na infância serve para a formação cerebral de elementos complexos hipotéticos que induzem a criatividade humana. Cabe aos tutores orientar a acentuação da “mentira” sobre a psique da criança, comunicando e explicando sempre que possível a noção de realidade e fantasia. Os desenhos são ricos em “mentiras” cujos conceitos são transformados em fantasias nas mentes das crianças formando os elementos necessários ao desenvolvimento da criatividade delas.



“Mentira tem perna Curta” – assim diz o ditado popular mais importante sobre este conceito. Se fizermos uma análise deste ditado popular iremos verificar que o embasamento que dá sustentação a uma conclusão quando analisado friamente pelos indivíduos que testam a veracidade de um conhecimento não dão sustentação à mentira. Veja o exemplo: Karine toda sexta-feira veste verde. Os colegas de Karine toda quarta-feira vestem azul. Afirmação conclusiva de Pedro dado que ele sabe que hoje é sexta-feira: Lucelle hoje eu vi Karine e ela veste azul. Conclusão sobre a observação de Pedro: Pedro pregou uma mentira em Lucelle. Onde está a perna da mentira? Está em Lucelle saber as premissas: 1 - Karine toda sexta-feira veste verde.; e, 2 – Pedro às vezes prega algumas mentiras. Sim, pois, a premissa 2 é fundamental, que é o descrédito por parte da pessoa geradora da informação que faz com que nossa personagem fictícia dê mais valor ao fato da premissa 1 ser verificada toda vez que chega uma sexta-feira.



A mentira histórica é verificada através apenas das causas e conseqüências de um fato. Os reais motivos que determinaram um determinado evento são desconhecidos da população de uma forma geral. Nunca se sabe se um movimento expansionista, por exemplo, de um determinado país, fora promovido por seu presidente com o intuito de ter posses pessoais além do que teria restrito em seus próprios domínios. Para a história a medida expansionista poderia ser uma forma de libertar um país de um tirano, ou aumentar o espaço territorial do seu país para ampliação do comércio. Repare que existem dois motivos: os individuais e os coletivos. Nos individuais as pessoas são levadas por valores próprios dentro de um contexto maior a praticar suas ações. Nos coletivos os motivos são fatores comuns que somatizam todo um conjunto de indivíduos de uma mesma gleba. Nem sempre um fato histórico é uma verdade propriamente dita. Depende do contexto que estiver sendo analisado.



Outra forma interessante de mentira é a hipotética. É lançada uma sentença ou afirmação que a priori é verdadeira. Então métodos científicos irão se encarregar de desenvolver um conhecimento capaz de comprovar a veracidade da hipótese. Num primeiro instante a afirmação é uma verdade e sua oposição uma falsidade para um determinado fenômeno. Um método então é aplicado para contrapor uma sobre a outra assim chegar a um valor lógico capaz de dizer qual afirmação é verdadeira e qual é a falsa. O mesmo procedimento científico pode ser utilizado para várias situações hipotéticas para obtenção de conclusões que serão amplamente aceitas pela sociedade.



A mentira como juízo é observada nos tribunais. Um juiz toma sua decisão embasada na lei. As partes envolvidas num processo podem utilizar de recursos próprios com a intenção de confundir o júri, quanto há como também o juiz que proferirá a sentença. O juiz irá se fundamentar na lei associando fatos relatados pelas partes por estarem de acordo ou desacordo com as regras jurídicas. Quando uma parte tem a intenção de iludir ou falsear o julgamento ela usa de artifícios de interpretação da lei aliado a justificativa causais que levaram a parte a praticar o ato. É uma espécie muito sutil de mentira que pode levar a um veredicto viciado por falsas conclusões.



A ficção é uma forma de mentira ou invenção. Os fatos reais são bem diferentes dos relatos por um uma ficção. Mas a ficção é uma mentira temporal, que pertence a uma época, pois com o avanço da tecnologia uma ficção pode se tornar uma realidade. A literatura utiliza-se muito de elementos reais e cria uma lógica ou seqüência encadeada de pensamentos para formação de um enredo fictício que não tem uma conotação de verdade em relação ao mundo real. É um ambiente hipotético. E sobre o ponto de vista real e imaginário, o mundo imaginário é uma mentira ou falsidade em relação ao mundo real. As novelas seguem o mesmo esquema de relacionamento em relação ao mundo real também.



Na mentira profética o seu elaborador tem em mente a conduta ou o comportamento das pessoas de um determinado povo no sentido de fazer com que eles reflitam suas vidas ou que se preparem psicologicamente para o desenvolvimento pleno de suas faculdades. Para tanto o “profeta” utiliza de artifícios que causam medo e temor nas pessoas e com isto elas acabam por fazerem um balanço de suas vidas para terem comportamentos sociais mais adequados para sua época. O profeta em geral dá prazos para que cataclismos aconteçam, falam de julgamento e fim do mundo, falam de calamidades, de novas enfermidades,... As pessoas temerosas procuram ser melhores do que antes, outras passam a pesquisar a geologia, a medicina, outros transformam em fé o temor das pessoas e assim, quando o tempo dos acontecimentos chega o profeta cai em descrédito quando os fatos não se concretizam mas o benefício social ficou todo exposto, sem que as pessoas percebam ou vinculem ao “profeta” o incentivo “atravessado” pela evolução social.



Mentir é bom se feito com sabedoria. Para se mentir bem é necessário boas premissas de embasamento que dão sustentação teórica a um assunto. Certa vez participei de um congresso e fui questionado se a Universidade de Brasília possuía Empresa Júnior de Estatística, com o objetivo de não deixar o crédito da universidade baixo em relação às demais menti descaradamente dizendo que já possuíamos. A reação dos colegas foi imediata, elaborar um plano para fazer a empresa. Depois de 1 anos a UnB já possuía a empresa para o incentivo à pesquisa estatística dos alunos. Têm mentiras que valem à pena. Mas a verdade deve prevalecer sempre que possível.

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