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Artigos-->As Semelhanças Com O Alvorada Do "Rei Mulatinho" -- 23/01/2008 - 19:02 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:130951700403013300
Todo xibiu mostra uma história semelhante, e ao mesmo tempo diferente. Você, dona dele, sabe como incrementá-lo. Obrigado, Daniela Mercury, xibiu de língua natural, o biláo de quantos centímetros? O aprendizado das variações lingüísticas inclui o conjunto delas, línguas. Este não é um texto pornográfico. É um breve estudo lingüístico.



— Já chupou xibiu, gostou de chupar xibiu? A cantora Daniela Mercury se entusiasma na pergunta quanta canta a canção em um "show". Talvez esteja carente de um boquete, de uma chuchação. Pelo menos na canção. Perguntou muitas vezes. Deve estar entusiasmada com a possibilidade de uma felação sarada.



Os dialetos, as modificações da língua através do lero popular, aconteceram com intensidade na década de setenta, quando a linguagem dos "hippies", era como que uma maçonaria de significados esotéricos. No "show" da canção cantada pela Daniela, seu xibiu oferecido foi o acontecimento mais precioso do evento. Ela apropriou-se da língua dos fãs através do acordo subliminar com a platéia. E eram centenas, talvez milhares de pessoas que respondiam de acordo: "Já".



—Já.



A vulva estava lá, exposta todo tempo, a sexualidade, a sensualidade.

Não havia diferença de idade, sexo, território, função. A região baiana influencia com sua característica obscena no uso não erudito, popular, das palavras, a língua nacional. E isso é do agrado da grande maioria de seus fãs. É de plena aceitação da língua portuguesa. Todos compartilharam de sua manifestação lingüística. Todos os que, em coro, responderam: "Sim".



A simpatia da cantora é contagiante. Quem não boqueteou por certo vai boquetear, ao ouvir a repetição rítmica do desafio da cantora: "Já chupou xibiu?".



Xibiu de vidro? Xibiu também quer dizer diamante pequeno para cortar vidro. As variações no uso da língua vão se incorporando ao cotidiano das pessoas como se fosse uma nova roupagem. Com o passar do tempo, desenvolvem estágios da língua com a ajuda, e improvisação de novos registros. Xibiu, sinônimo de vulva, consta dos dicionários.



A aquisição de novos registros muitas vezes está de acordo com as improvisações verbais dos representantes mais populares: cria-se num "show" de música popular, variações decorrentes com o sexo da pessoa que fala. A nova função que a palavra desempenha é divulgada.



As variações de registro são necessárias, tanto quanto o saber escrever e falar dentro dos conformes da norma culta da língua. As palavras indiscretas ditas com a naturalidade da grande comunidade familiar de seus fãs, em resposta à pergunta xibiulosa, torna-se uma palavra até que discreta, comum no uso do falar os sons de uma voz que desafia o gosto daqueles que apenas respondem "sim", mas sem terem xibilado, ou, quando muito, umas poucas e irrisórias vezes.



Nem toda língua desenvolve uma competência ativa com a capacidade total de falar e de escrever. A passividade das iniciativas no sentido de renovar a língua, faz com que ela, língua, se atrofie. Um órgão que não se usa com freqüência, tende a atrofiar.



Com Shakespeare, um escritor formal, a língua é partícipe de várias domínios contraditoriamente, tanto dos falares "mais de baixo", das personagens mais corruptas, tipo Iago, em Otelo, ou em obras que pertencem ao domínio da criação erudita dos sentimentos e emoções universais. Na literatura sobram exemplos.



O Príncipe da Dinamarca vivia numa corte de demônios, criados pelo assassinato do pai, por seu tio. A personagem principal, Hamlet, que herdou o trono, com o crime que vitimou o pai, e o casamento do tio assassino com sua mãe, a rainha, permaneceu apenas como príncipe. O tio ganhou o direito ao "status" de rei, por ser irmão da vítima e ter casado com a rainha.



Hamlet desenvolveu todo uma encenação, através da qual as palavras brotavam de sua fala, com significados mais realistas e profundos, de denúncia do crime e do criminoso. Era considerado louco porque desejava mostrar a todos os componentes da Corte da Dinamarca, que viviam sob o regime da ilegalidade, que o rei não passava de um assassino, e o reino não poderia viver com harmonia, sob o reinado de um rei réu ambicioso, perverso, corrupto e dissimulador.



Ele como que se desadaptou ao meio visual e auditivo. Tornou-se um "outsider" da Corte. Como falar a verdade sem que os membros cortesãos, não lhes tivessem como louco? Mas falar a verdade para ele estava acima de tudo. A simulação dos gestos e da língua precisava ser considerada pelos habitantes do Castelo de Hellsenhor. Este autor permite-se a criação desta palavra. O senhor do inferno, não é, literalmente, o nome do Castelo.



A verdade da consciência estava acima de tudo e de todos os parentescos e amizades. Como poderia ele suportar a ausência de verdade na conduta dos outros membros da Corte, se fora o próprio fantasma do pai que denunciou por várias vezes, em aparições a outros membros da Corte, ter sido envenenado pelo atual rei e marido de sua mãe? Como poderia ignorar uma verdade tão tirânica, a crueldade e a dissimulação, artifícios usados pelo rei criminoso?, seu tio.



A entonação de voz mudou, ao usar Hamlet o recurso dramático do uso da língua. Então, o xibiu da mãe e rainha estava sendo usado pelo culpado do delito, sem que lhe fosse imputada nenhuma culpa ou punição? Um reino assim cairia na miséria. Para impedir que isso acontecesse, Hamlet usava várias variações da língua de acordo com a fala de cada receptor. Seus receptores o tinham por louco, inclusive a bela Ofélia, sua noiva.



Os receptores não compreendiam muito bem o que ele estava querendo denunciar. Até que apareceu uma companhia de teatro mambembe, com seus atores maltrapilhos, mas que sabiam desempenhar os sentimentos e as emoções dos seres humanos com destreza exemplar. Hamlet os chamou a fazer uma adaptação do ato criminoso de seu tio, naquele momento dono e senhor da Corte e do xibiu da rainha.



Para estar na Corte é preciso mostrar uma certa dose de cortesia. Cada cortesia, amabilidade, mesura e reverência, significava uma instrução adestrada daqueles seres domesticados, cegos para os dramas, até para os crimes que se desenvolviam nos bastidores do governo monárquico.



Todos estão em pleno mundo da simulação das emoções, dos sentimentos. Os cortesãos e cortesãs , estão sempre dispostos a encenar uma reverência adestrada, uma falsa dignidade, uma dissimulação de respeito, ao rei desleal, pérfido e traiçoeiro. Mas Hamlet é também o filho da vítima. A herança do trono é dele, filho legítimo do rei morto, e da rainha do xibiu.



O grupo de teatro itinerante, é convidado a participar dos festejos em homenagem a Hamlet. Uma luta com o príncipe Páris também é programada. Os festejos e a refrega simuladas enquanto estratégia para assassinar também a Hamlet. O rei percebeu que ele, de alguma forma estava sabendo do crime, e queria livrar-se do personagem incômodo.



Na disputa programada para os festejos, só poderá haver um vencedor. Páris, o outro príncipe apaixonado por Ofélia. O tio e rei e amante da mãe de Hamlet quer livrar-se daquele que detém os direitos de herança do trono do Reino da Dinamarca. E de suas insinuações que poderiam, com a repetição, causar suspeita na corte que terminaria por acusá-lo de assassino.



A Corte estava absolutamente envolvida em outras interpretações festivas da encenação. O rei havia preparado com Páris, e seus asseclas, um copo de vinho, que deveria ser oferecido a Hamlet. A taça continha veneno letal. A Ponta da espada de seu adversário também. Páris, exímio espadachim, bastaria atingi-lo uma única vez, para fazer valer o intento criminoso do tio e rei e senhor do xibiu da rainha: Após a morte de Hamlet ele ficaria livre para traçar todos os xibius da Corte.



Que cortesão ou cortesã, cheios de reverência pelo rei destruidor de todo um país com seu ato Cromagnon de assassínio, poderia, por um momento de esperteza, de vigília, saber de toda a conspiração contra (a ética) do reino?



A encenação do assassinato do rei pai de Hamlet, pela companhia de atores mambembes, valeu como se fosse uma confissão pública de culpa do rei sucessor. Alguns membros da Corte notaram sua expressão de temeridade e cinismo, como se alguém tivesse visto o modo como o biláo atual da rainha matou seu marido e senhor anterior. A Corte notou as expressões de pasmo e esquivança do rei.



A norma da língua da Corte foi substituída, após as tentativas de assassinarem Hamlet no duelo simulado dos exímios espadachins. Os "tititis" começaram a proliferar, mesmo no momento dos festejos. Os comentários, após a rainha sentir-se mal e desmaiar, ao pegar a taça de vinho que o rei havia reservado para, supostamente, brindar uma vitória de Hamlet, despertaram nos membros freqüentemente tão reverentes da Corte, desconfianças de que a tragédia do assassinato anterior do pai do Príncipe da Dinamarca, havia sido tramado pelo rei atual, tio dele, para se apossar do reino casando-se com a viúva, mãe do príncipe.



Os dialetos da corte, dentro dela e fora dos portões da Castelo, foram se afirmando com as palavras certas, que interpretavam a intenção do falar do príncipe, como se fosse não uma linguagem própria dos loucos, mas uma denúncia das desgraças que se abatiam na Corte, dentro e fora do Castelo do Reino.



A loucura da namorada de Hamlet, a morte da rainha após ingerir da taça um gole do vinho destinado a Hamlet. As mortes dos príncipes Hamlet e Páris, a confusão mental geral dos comentários aleatórios: tudo contribuía para tornar evidente que o senhor do reino era um vilão que estava interessado apenas em levar vantagem. Se houvesse futebol naqueles idos, diriam que a "lei de Gérson" estava vigorando a favor do criminoso.



Os membros da Corte, enquanto não foram despertados pela série de tragédias que se abateu sobre o reino, falavam a língua das crianças: todos repetiam a linguagem das aparências, iludidos pela obrigação de serem formais e submissos ao rei, quem quer que fosse ele. Mesmo se fosse várias vezes criminoso. Cegos, mudos e surdos, de repente, não mais que de repente, atentaram para os acontecimentos de forma a não se curvarem tanto diante da realeza, a ponto de seus fundilhos ficassem à mostra.

Na língua falada na Corte, usaram-se entonações, correções.



Houve a retomada da língua escrita e oral, como se fossem sinônimo de outras significações, que os libertavam, afinal, do jugo do criminoso real, e seu bando de "áulicos", a Corte e o reino.



O excesso do conjunto e do grau de formalismo e subserviência das pessoas, parou de existir. Agora elas viam como aquela monarquia e seus regentes, fora provisoriamente tomada por alguns nobres supostamente respeitáveis da Corte, mas que, em verdade, eram seus piores representantes.



Os que não hesitavam em agir, como sectários do crime organizado para mudar os rumos da comunidade (sociedade) do Reino, continuariam seus desmandos, não fosse a intervenção de Hamlet a pedido da aparição sobrenatural do espectro de seu pai. O sacrifício de sangue como princípio Cromagnon de redenção de todos os seus membros, com ênfase para a libertação deles da escravidão pelo "pecado" do ato condenável que gerou conseqüências funestas e desagradáveis.



Naquele tempo havia pecado do lado de lá do Equador. Hamlet morre, não sem antes matar o tio, chefe do crime organizado da Corte, enfim liberta da submissão ao regicida de seu pai.

O Reino da Dinamarca foi salvo. Muitas mortes foram necessárias. O caminho de sangue sempre está presente nas maquinações Cromagnon pela posse do trono monárquico, ou nos "golpes brancos" de governos nas Repúblicas com designação de democráticas.

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