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Poesias-->O SIM DE NIETZSCHE -- 17/08/2002 - 20:32 (COELHO DE MORAES) |
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O SIM DE NIETZSCHE
-Coelho de Moraes-
Sim, sim
Dizia a mocinha
Sim, sim
Estou feliz, mas estou triste...
Afirmo sempre o amor como valor
Eu escuto, mas me obstino
Sei, sei
Mas, no entanto...
Transfiro meu amor para um realismo-farsa
Obscurantismo do real valor desse amor
O protesto do amor é a teimosia
Debaixo do concerto das boas razões
Amar melhor
Amar de outro modo
Amar sem estar apaixonado
O intratável apaixonado
Sucesso ou fracasso
Vitória ou derrota
São os valores que o mundo impõe
Sem medir consequencias
Sucesso e fracasso não são contingentes?
A dor não trás prazer?
Não estarei destituído de toda a finalidade?
Figura ambígua em um discurso
Onde a água flui no caminho sem volta?
Sou trágico
Quando aquilo que me ocorre
Me faz vencer e ser vencido
Durar será melhor que inflamar?
Em certa manhã
Escrevo uma carta de amor e não envio
O dever amoroso é um dever remarcável
Deixando fazer as coisas loucas
Das quais somente eu
Sou testemunha
Para viver sem queixas
No sentido da minha força
E revirar o sentido relativo da minha existência
Distante das mediocridades
Estou condenado
À minha própria filosofia
O essencial da tragédia
é uma força apaixonada
o crucial da tragédia
é um amor domesticado
as duas afirmações para o amor
dois positivos de sins eloquentes
o apaixonado encontra o outro
um primeiro sim roído de dúvidas
momento de paixão triste...
ressentimento... onanismo
o segundo sim aparece quando se vê
que é possível sair desse túnel
reafirmar, re-signar
sublimar o re-sentir
revalorizar o amor em suas diferenças
desejar a sua volta e não sua repetição
recomeçar
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