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cronicas-->ZÉ-CORNINHO -- 29/03/2002 - 17:49 (LUIZ ALBERTO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Zé-corninho era a peste: motorista-de-prefeitura, guará-de-cana, cheleléu-de-seu-Palmeira, caseiro, vigia, garçon-de-bodega, desencaminhador-de-puta, anotador-do-pule-de-bicho, tirador-de-pé-coco, desentumpidor-de-pia-e-similares, aprumador-de-antena, pescador, puxador-de-àncora, sanfoneiro e triangulista, botador-de-gato-na-energia, de jacaré-na-água, de-macaco-no-telefone; desatador-de-nó-cego, atrepador-de-poste, desatolador-de-bug, carregador-de-trouxa-de-roupa e macho de dezesseis trepeças que lhe empenavam o juizo de tanta gaia bem botada, dele num poder ver fio de alta tensão, mode não causar curco-circuito e findar morrendo eletrocutado pela peruca-de-touro. Verdade! Onde passasse, sempre suspendia o fornecimento de energia elétrica. Pronto! Se faltou, foi ele! Juro! As companhias energéticas andam doida para pegá-lo pelos gatos e pelas gaias.
Um detalhe: é o corno mais bem servido de pêia, merecedor do alcunha de Itu.
Um dia, seu Palmeira resolveu mandá-lo prá tomar conta da casa de praia. Levou mulher e uma carreira de bruguelo de num ter mais fim, uma prole escadinha de amarelinhos, tudo autenticado com as fuças do pai, cagado e cuspido. O bicho agora no bem-bom, deu-se de pescar de cundunda a tubarão, e de mão. Só usava vara quando estava à sesta, e rede uma vez lá na vida. Seu Palmeira estava feliz por todo dia chegar peixe fresquinho em sua casa. O patrão que não era besta nada, já tava com intenção de abrir uma peixaria prá dar vencimento ao pescado de casa e ganhar dinheiro com o desinfeliz-das-costas-ocas.
Certo final de semana, seu Palmeira saiu da capital para a cidade do descanço na casa de praia, não antes acompanhar uma procissão dum santo desse de veneração. A certa altura do cortejo, não se sabe porque cargas d água achou da imagem se enganchar num fio-de-alta-tensão, causando o maior caga-raio na bunda dos fiéis. Foi rabo-de-saia tostado que só, de vê-se a caçola estrupiada e a bunda quase que torrada de beata. Seu Palmeira que era sabido, ficou dando um dengo de compaixão, consolando as descaçoladas, tangendo-as até sua casa para se recomporem da tragédia. E quando mal cruzaram o portão, se arranchando pelos cantos, eis que surge Zé-corninho providente com garapa na mão para todas, nu da cintura prá cima e expondo uma tanga minúscula com a metade dos culhões de fora. Foi um deus-nos-acuda delas desmaiarem, uma a uma, ali na hora com tamanha afronta de pervertido. Foi preciso chamar bombeiro, enfermeira, vigilantes-da-fé-de-jesuisis, a cruz-vermelha, benzedeiros, a porra para socorrê-las. Quando já se davam por restabelecidas e que viam o volume da trouxa com o pra-te-vai do Zé, eram novos suspiros e desmaios com nova correria da tropa de choque. Seu Palmeira emputeceu-se e mandou o calhorda embora daquele jeito mesmo, sem direito nem a tirar nem um só cisco de dentro de casa. Rua seu depravado! Zé todo entristecido com a injustiça, havia, afinal de contas, prestado um bom serviço com a garapa para acalmar as doentinhas-da-bunda-queimada, mas, destá, juntou os mijados e partiu com sua prole.
Ainda vi-lo semana passada atrepado na caçamba de um caminhão-de-lixo, deve de ser sua nova procissão.
- E aí, Zé? - gritei.
- Desmaiaram pelo culhão, imagine se emborcam em riba da pêia, iam morrer entaladas!
Héhéhéhéhéhé!

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados do autor.
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