Ao Mestre Piolho, Com Louvor
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Agora não tenho dúvidas
A tese está confirmada
Tem gente que enxerga muito
Até vara maltratada
Enxerga advogado
Sem vara e bem formado
Sem a sentença julgada
Mas da vara que ele fala
Só a minha está quebrada
Devido ao comprimento
Ela anda arrastada
O mestre é especialista
E foi logo dando a pista
Já deu uma segurada
Gente que sabe o que diz
Gente de idade conhece
De vara de todo tipo
Até da que não esquece
Vara de advogado
Surdo-mudo e calado
Vara que não se merece
Vara fria e sem tamanho
Vara que serve pra nada
Vara de quem se acanha
Vara sempre enrolada
Vara que se pendura
A rima perfeita e pura
Vara bem abençoada
A vara de mil cordéis
A vara onde é pendurada
Os versos de mil canções
O canto da passarada
Talento que não se acaba
Onde a tristeza desaba
Onde a alegria é cantada
Assim é o mestre Antônio
Piolho chato e persistente
O único a enxergar as coisas
Primeiro do que a gente
O gatilho foi bem bolado
Disparou verso um bocado
E eu fico muito contente
Mas de uma coisa não posso
Sem qualquer prolixidade
Deixar de fazer o registro
E mostrar toda a verdade
Meu gatilho e minha vara
Se apertar logo dispara
Muito embora sem maldade
Aceite, portanto, meu mestre
Pelo grande aprendizado
Meus cumprimentos de cara
E o meu muito obrigado
Dá pra ver que faz sentido
Um sujeito escondido
Ser um bom advogado