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Poesias-->UM ÚLTIMO TRAGO -- 15/08/2002 - 20:12 (Lilian Lucht Carneiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Acende-se a chama eterna

E flameja na ponta do meu cigarro.

Trago forte e vejo a vida se iluminar

Deixando com que a fumaça torne

Meu mundo um pouco mais nítido.

Escurece-se a visão, treme-se as mãos

Por sentir naquela penumbra morna

A segurança jamais encontrada em abraços quentes.

Levo a vida mais uma vez aos lábios

E em meio àquele ato,

Sinto somente mais uma vez

Que o passado que tanto desejei

Está longe das cinzas que caem sobre o cinzeiro morto.

Um brinde ao deus Baco!

Que borbulha em minha boca,

Fazendo com que o frio daquele gole se espalhe

Pelo congelado da minha alma

E me transcenda ao inferno.

Mas cuidado! (grita o inconsciente do mundo)

Não cuspa na taça em que bebeu...

Cedo ou tarde tomarás dela de novo

E querendo ou não, sentirás o amargo da tua existência.

Uma traga à francesa... liberdade, igualdade, fraternidade...

Sinceramente, eu poderia ter escolhido uma marca melhor.

Uma piscada do outro lado da mesa...

Opa, será que teremos mais fogo?

Deixarei que a brasa caia no meu lençol e incendeie meu lar?

Mas que lar?

Brasas ao cinzeiro...

Mais uma tragada... vermelho vivo no fim do vício de se viver.

Mescla-se à cor da minha saia ardente

Que de tão usada voltou a ser cor-de-rosa.

Onde andarão minhas bonecas?

Área proibida para fumantes.

Uma tragada profunda e chego ao filtro.

Minha boca arde, minha garganta seca.

Essa é a parte que mais gosto...

Sugar as impurezas.

Tudo aquilo que me foi retido antes,

Tudo dentro de mim.

E a fumaça vai se tornando mais espessa...

O cheiro mais ocre...

O gosto mais vida.

Ou seria menos vida?

A vida é amarga antes ou depois de acabar?

Sei lá...

Olho para o cinzeiro,

Parte do meu deleite está ali.

Será possível reunir as partículas e fazê-las nova sina?

A cinza esfacela-se entre meus dedos.

Dou mais uma olhada no que restou....

Foi perda de tempo!

A chama se apaga,

Restam apenas as brasas...

E essas eu mesma faço questão de eliminar.

Esmago-as sadicamente vendo o fogo brandear.

Levanto-me bruscamente

Indo em busca de um outro vício...

Sou dependente psíquica da vida.

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