O jornal LE MONDE DIPLOMATIQUE acaba de publicar uma crônica muito interessante. A matéria se refere ao escritor e ao leitor e reflete muito bem o que acontece em todos os espaços literários, bem como nesta Usina de Letras.
O fato é que se escreve tantas coisas sobre tantos temas que muitas vezes não nos damos conta da importância ou da desimportância que o texto vai exercer sobre a mente do leitor. Usa-se tantos termos, tantas expressões, muitas vezes descabidas e totalmente fora de contexto.
A versatilidade do autor, como oportunamente menciona o texto, é o que mais está em jogo e que vai demonstrar a eficiência e a atração do leitor.Os leitores correm em busca de grandes e afamados autores como Flaubert, Joyce, Balzac para falar de clássicos universais, bem como Machado de Assis, Lima Barreto, Guimarães Rosa e para não cometer pecado, grandes literatos contemporêneos.
Escrever bem (se isso não é um excesso de preciosismo) requer uma enorme capacidade de reflexão acerca da realidade que norteia todos os aspectos universais, de um mundo real, em contraposição com um mundo virtual. Esses fatores vão desde as nuances socio-econômicas, culturais até as idéias que se pretende que sejam realizadas. Certas peripécias mais sutis também devem ser exploradas, é claro, mas isso requer uma auspicidade de detetive.Aliás, fazer uma releitura do mundo não é tão simples.
Porém, a desemfreada ambição pela garimpagem do leitor, pode levar o escritor a cometer erros imperdoáveis. Enfim, o leitor é sempre um (re)leitor exigente, um juiz draconiano dos autos anotados nas modestas páginas amarfanhadas dos sofridos réus chamados escritores.
O texto também fala sobre o exíguo hábito da leitura no Brasil e sobre a dificuldade de se publicar um livro. É a mesma dificuldade que temos (nós escritores deste espaço USINA) para encontrar alguém que se atreva a encarar a tela do computador e fazer uma leitura acurada sobre nossos modestos escritos.