No princípio a terra estava informe e vazia, e mesmo informe e vazia, ela existia desde o princípio. (Gênesis 1,1-2).
Quando foi o princípio?
A origem do universo e do homem pode, por muito tempo, continuar sendo um mistério a ser desvendado à luz da razão, mas, facilmente compreendido quando a busca se dá pela fé. A fé leva imediatamente o homem ao encontro do Criador, enquanto a ciência leva ao Criador, através da obra criada. Toda verdade revelada encontra-se na Sagrada Escritura, a Bíblia, porém, não é um livro científico, nem a religião uma ciência.
Não sendo ciência, não tem intenção de provar cientificamente a verdade, mas submetê-la à fé. Quanto maior for o conhecimento da ciência, maior será a compreensão da verdade revelada pela fé.
Ora, Deus disse: “Faça-se a luz!” E luz foi feita. (Gn 1,3).
Importa que a luz tenha sido feita a partir de uma explosão? Quem poderia dar ordem para que uma explosão tão grandiosa acontecesse? Deus criou o céu e a terra, os luzeiros, o firmamento, e separou a luz das trevas; criou as aves dos céus, os animais que habitam nas águas, e os que vivem na terra, formou o homem e a mulher e submeteu a eles toda obra de sua criação (Gênenis 1,1-31. 2,18-22).
Depois de criar todas as coisas, Deus criou o homem e deu a ele uma inteligência que o diferencia dos outros animais.
Importa que o primeiro homem tenha sido um espécime primata predestinada a evoluir? Acaso nos foi dado entender o que significa ‘Inspirou um sopro de vida em suas narinas?’ (Gen. 2,7). Não têm um sopro de vida todos os seres que respiram?(Gen. 1,30) Não foi para que cresçamos em sabedoria e graça diante de Deus, que o Senhor inspirou em nossas narinas um sopro do seu espírito? Sendo puro espírito, Deus jamais nos tornaria semelhantes a Ele se não nos desse uma porção do seu espírito imortal.
Ele nos criou por amor e para amar. Tudo que Deus fez colocou a serviço do homem. O homem, porém, deixou envaidecer-se pelo desejo de ser Deus, deu ouvido às sugestões do demônio e afastou-se do Criador. O Senhor, porém não lhe retirou a bênção e se revela gradativamente ao homem, tanto pela Palavra quanto pelas obras criadas, mas a plenitude da revelação de Deus se deu em Jesus Cristo seu único filho.
Alguns filósofos epicureus e estoicos conversavam diziam entre eles. ‘Que quer dizer esse tagarela?’. Outros: ‘Parece que é pregador de novos deuses’. Pois o apóstolo Paulo lhes anunciava Jesus e a Ressurreição. Tomaram-no consigo e levaram-no ao Areópago, e lhe perguntaram: ‘Podemos saber que nova doutrina é essa que prega? Pois o que nos trazes aos ouvidos nos parece muito estranho. Queremos saber o que vem a ser isso’. Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: ‘Homens de Atenas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos. Percorrendo a cidade e considerando os monumentos de vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: A um Deus desconhecido. O que adorais sem o conhecer, eu vo—lo anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, é o Senhor do céu e da terra, e não habita em templos feitos por mãos humanas.. Nem é servido por mãos de homens, como se necessitasse de alguma coisa, porque é Ele quem dá a todos a vida, a respiração e toas as coisas. Ele fez nascer de um só home todo o gênero humano , para que habitasse sobre a face da terra. Fixou aos povos os tempos e os limites da sua habitação. Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade Ele não está longe de cada um de nós. Porque é nele que temos vida, o movimento e o ser, como até alguns dos vossos poetas disseram: ‘Nós somos também de sua raça.’ Se, pois, somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra lavrada por arte e gênio dos homens. Deus porém, não levando em conta os tempos da ignorância, convida agora a todos os homens de todos os lugares a se arrependeram. Porquanto fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isso destinou. Para todos deu como garantida disso o fato de tê-lo ressuscitado dentre os mortos” Ato dos Apóstolos capitulo 17, versículos de 16 a 29.
Na verdade, o Filho de Deus desceu de seu trono no céu e armou sua tenda entre os homens. E, mesmo sendo Deus, submeteu-se à lei dos homens, experimentou a dor, o sofrimento e entregou-se à morte para nos dar vida. Morreu e ressuscitou. Sepultou com sua morte nossos pecados, para que mortos para o pecado, ressuscitemos para a vida. Ele nos amou de tal forma, que se fez homem. Veio ao encontro do homem para ensinar o homem a encontrar-se com Deus e rosto invisível de Deus nunca antes revelado assumiu em Jesus Cristo a forma visível de um Deus humanizado e do humano divinizado. ‘Não que alguém tenha visto o Pai. O Filho único que está no seio do Pai foi quem o revelou’ ( João 1,18).
Morreu para nos dar vida. E ressuscitou. Depois de ressuscitado, antes de retornar ao Pai, Jesus apareceu a seus discípulos e disse-lhes: ‘A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós’. E soprou sobre eles dizendo: ‘Recebei o Espírito Santo...’ (Atos 20,21-22). Tomé não estava naquele primeiro momento. Jesus apareceu-lhes outra vez e disse: ‘Tomé, vê a marca dos pregos em meus punhos! Introduz o teu dedo em minhas chagas. Põe tua mão na ferida aberta do meu lado’.
‘Eu não sou a luz. Eu vim para dar testemunho da luz’. Eis o anúncio da verdade. Quem tiver ouvidos, ouça.
