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Cartas-->7. ROSEMARY -- 26/07/2002 - 05:10 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Não deveria caber a mim vir hoje escrever, mas falhou o parceiro Claudomiro, descontrolando-se emocionalmente.

É evidente que meu texto estava preparado, para a eventualidade, precisando apenas nomear o colega que fraquejasse. De qualquer modo, está ele presente, assistindo e trabalhando, bem disposto, aprendendo a dominar as reações psíquicas em descompasso com o trabalho mediúnico.

Quando é assim, o professor e os colegas se empenham em favorecer a compreensão do companheiro para os fatores em momentâneo fracasso. Por isso é que vários textos estão preparados para cada dia, devendo apresentar-se quem demonstre condições favoráveis. A bem da verdade, a transmissão diária de uma só mensagem é muito pequena, tendo a turma capacidade de permanecer para duas ou três peças, só não no fazendo por razões de contrato com o médium.

Certamente, Claudomiro virá outro dia, talvez no próximo, pois a extensão do problema não foi grave, apenas impedindo-o temporariamente.

Eu, Rosemary, morri jovenzinha, aos treze anos, vítima de doença pulmonar. Havia obtido organismo frágil para sofrer sérios problemas na vida. Entretanto, nada que não fosse controlável com tratamento através de antibióticos. O que não contávamos, os programadores e eu, era com a incidência tão continuada de ataques bacterianos, terminando por não terem mais efeito os remédios.

Infelizmente, não pude considerar a provação da carne como suficiente para pagamento dos débitos cármicos. Todavia, pude observar a seriedade dos trabalhos de acompanhamento e assistência dos amigos protetores, de sorte a confiar mais plenamente na competência dos devotados amigos.

O acidente da curta existência material purificou-me os sentimentos em relação aos familiares, que me envolveram de fluidos energizados por muito amor e capacidade de compreensão dos fenômenos relativos à vida e à morte. Sem exceção, os parentes guardam-me com carinho em seus corações, prometendo vir encontrarem-se comigo, assim que desencarnarem. São tão sábios e confiantes na justiça e na misericórdia do Pai que me transformaram em pequeno anjo da guarda familiar. Não é honra para deixar qualquer um felicíssimo?

Tendo vivido tão pouco, não trouxe grandes experiências de relacionamento com as pessoas, estando o círculo dos familiares muito fechado em torno de mim, defendendo-me de todos os assédios da malícia e dos vícios. Eis a razão de terem lamentado tão profundamente a minha doença e a minha morte.

Como ninguém atinou com o fato de minha saúde não ter sido boa por solicitação da interessada, com a qual todos concordaram em consulta sonambúlica, ou seja, durante o sono físico, é que estou desenvolvendo este tópico importante da filosofia ou da doutrina espírita, como reflexo direto das leis maiores da natureza, emanadas do Pai, no augusto e supremo ato da criação.

Atingirei grande número de leitores encarnados? Pelo menos, alguém de minha família irá ler estas anotações? É a esperança que todos temos, à vista do empenho do médium em estabelecer a divulgação das mensagens.

Eis delineada a responsabilidade de cada integrante da “Turma dos Primeiros Socorros”, os quais estão esforçando-se para escrever sobre temas de interesse geral, além das notícias preciosas de como fomos recebidos no etéreo, em função das obras, pensamentos, intenções e sentimentos.

Para tanto, precisei recorrer ao encarne precedente, quando vivi além dos anos projetados para minha organização corpórea. Mas o acréscimo vital não correspondeu a aumento da capacidade de praticar o bem ou de oferecer-me condições de progresso intelectual.

Não iria adiantar se contasse a história daquela vida, mas importa saber que meu intelecto se despertou para a maturidade, por recobrar integralmente a memória dos fatos imediatamente anteriores à última encarnação. Pude, assim, saber que fui levada a solicitar deficiência pulmonar por haver abusado da riqueza, determinando aos trabalhadores que me atendiam que devastassem ampla área de floresta nativa, para o plantio inconseqüente do fumo.

Não só retirei o oxigênio do ar como insuflei o vício da nicotina e do alcatrão, dando ocasião a que muitos se intoxicassem com os cigarros, os charutos e os cachimbos da solicitação social.

Ingenuamente, naquela oportunidade, argumentei afirmando que, se eu não o tivesse feito, outro o faria. Recebi como resposta que todos os que o fizeram navegavam no mesmo barco furado da irresponsabilidade, precisando, da mesma forma, resgatar os males praticados.

Não está mais em mim realizar extensas recriminações, feliz que tenho estado com o amor dos parentes e dos amigos dos dois planos, através do que estou a sugerir que todos os que estão em falta para com a natureza ou para com a sociedade, mesmo que esta não os acuse declaradamente, terão meios de superar os problemas, para o que devem ser cordatos com a notícia de que seus poderes se limitam, segundo o princípio da igualdade, conforme se pode ler nas obras da Codificação de Kardec.

Gostaria de passar a idéia de que, realmente, estou constituindo-me no anjo tutelar que o povo gosta de ver nas crianças que se despedem do mundo precocemente. Pela leitura desta comunicação, pelo menos presentemente, tudo poderá levar a crer que esteja exercendo exatamente essa função. Entretanto, tenho de ressaltar o fato de que estou muito atrasada no conhecimento efetivo do evangelho, pela precipitação de ter insistido em reencarnar-me, sem firmar consciência de que a vida exige trabalho e estudo, sempre em prol da melhoria dos semelhantes.

Quando morri, aparentemente antes do previsto, com certeza foi para que me compenetrasse de todas as verdades que venho evidenciando. Talvez, se tivesse vivido mais tempo, não fosse aproveitar as lições, por estar engolfada em terrível egoísmo. Não é verdade que a requisição da debilidade corpórea visava francamente ao meu próprio soerguimento? Também não é verdade que exigia dos pais e irmãos sacrifícios e renúncias, terminando por lhes causar extraordinária comoção?

Não teríamos outros caminhos para o progresso, mais próximos da benemerência dos administradores espirituais?

Se concluírem comigo que o Senhor escreve certo por linhas tortas, surrado e verdadeiro refrão teológico, dar-me-ei por recompensada pela confecção e emissão desta mensagem.

Graças a Deus!

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