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Artigos-->A Sociedade -- 02/12/2007 - 08:15 (Max Diniz Cruzeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Entende-se por sociedade um conjunto de pessoas que se estabelecem normas de conduta ou convívio mútuo e faz uso de um instrumento lingüístico padrão que corresponde ao idioma convencional que a todos devem ser regidos. Muitas sociedades são concretas quando há um pacto escrito que define os deveres e direitos de cada um. Outras, porém, são abstratas no sentido de não ter uma norma específica de conduta e são regidas por um amontoado de regras que regulam o comportamento social.



O ser tem seu direito reconhecido como uma pessoa social quando é nascido com vida. O ato de respirar dá posse ao indivíduo que pleiteia entrar para a sociedade. Porém tem seu direito à vida é reconhecida pela sociedade bem antes do seu nascimento que resguarda o fato que ainda não foi consumado, através da assistência oferecida a sua genitora.



Um espaço territorial é necessário para que a sociedade possa desempenhar seu papel. Nem sempre este espaço é contínuo e a divisão de poder pode afetar as características e composição desta sociedade. Pode ocorrer que uma sociedade seja formada pela coerção das idéias de um grupo. Assim, o grupo dominante impõe sua cultura e símbolos ao grupo dominado.



A sociedade pode ser hierarquizada ou de plataforma. É hierarquizada quando existem muitos patamares sociais que divisam as pessoas que a compõe. Geralmente esta divisão é sentida pelo prestígio ou status de uma camada sobre a outra. Na estrutura hierárquica os níveis superiores detém a maior parcela dos recursos disponíveis na sociedade. Já na sociedade de plataforma existem poucos níveis de hierarquia e a diferença entre os níveis é baixa. Existem países capitalistas e socialistas que tem os dois tipos de estrutra. Os países nórdicos tem uma estrutura de plataforma, pois os níveis são muito próximos uns dos outros. Já a China possui uma estrutura bastante hierarquizada (partido comunista).



O berço de toda a sociedade é a família. Ela é a menor unidade social em termos de estrutura de poder e organização de idéias. A família, na figura dos pais são os responsáveis por transmitir o conhecimento gerado pela sociedade até que a criança tenha a idade ideal para o estado, representação da sociedade, fazer sua parte na transferência de conhecimento acumulado para ele.



A sociedade busca formas de manter o equilíbrio de forças com agentes externos a ela, pela criação de forças armadas, forças com poder de polícia e forças de ação para combater catástrofes e calamidades. A invenção do estado fortaleceu a sociedade e passou a intervir e controlar o rumo que ela própria deseja seguir. É o caso dos países democráticos que o poder de escolha do cidadão faz com que os eleitos assumam o controle das ações dos entes sociais.



Os valores do espírito são ensinados para os sociais e estes valores traduzirão os motivos maiores da necessidade de cada um em sociedade. Esses valores servirão para orientar a tomada de decisão, a influenciar a forma de pensamento, a nortear a educação, a nortear o convívio com outros cidadãos e o papel de cada indivíduo na sociedade.



A noção de trabalho é outro fator necessário para a manutenção da gleba. Como parte integrante, o indivíduo, busca seu espaço e contribui para a prosperidade do conjunto. A somatização dos esforços de todos é traduzida em bem-estar para o desenvolvimento das unidades administrativas.



A sociedade marginaliza todos aqueles que não seguem a doutrina moral, ética e social que a compõe. Dependendo da complexidade do delito, se a maior o indivíduo pode até perder a vida, como também pode perder o direito a liberdade ou passar por sanções administrativas. A rejeição também pode advir do isolamento do indivíduo como cidadão, onde está em jogo o prestígio e consideração dos semelhantes por aquela pessoa.



Locomoção e direito de ir e vir tem suas regras definidas conforme a conjuntura social. Em tempos de guerra, por exemplo, muitas sociedades limitam a locomoção de seus indivíduos com a finalidade de proteger o estado da transferência fortuita de informações que pudesse prejudicar o todo.



A própria noção de família, no sentido de definir o seu composto é uma criação do estado que estabelece as relações afetivas que são consideradas válidas para a constituição de uma unidade que tenha força jurídica para os desmembramentos sociais oriundos da união entre pessoas. Aqui se observa um paradoxo pelo qual a família deu surgimento à sociedade e esta última passa a controlar a família ou dar validade a ela pelo poder atribuído dos populares.



As mudanças que uma geração mais nova tenta impor como força de renovação do pensamento acumulado, pela mudança de paradigmas, do modelo neural do pensamento, pela alteração do conhecimento, pela formação de novos ideais e valores sofre grandes restrições das gerações mais velhas, que já são as mantenedoras do sistema vigente. É o conflito que faz surgir oposições ao modelo social adotado e se não trabalhado a forma de pensar a sociedade entra em colapso ou declínio.



Uma sociedade que entra em declínio, primeiro existe uma inversão de valores, onde não existe mais o entendimento de gerações. É como se houvesse uma ruptura do passado com o presente, onde tudo é permitido. Os cidadãos ficam ilimitados em suas ações gerando desordem na sociedade. A violência eclode. O nível de estresse se eleva. As autoridades que representam o povo perdem o poder. As hierarquias ficam sem força de expressão e mobilização.



Isto ocorre até que novos valores apareçam. Uma nova regência magma é formada nesses casos, pois os embasamentos teóricos que configuravam a hegemonia da sociedade não servem mais. Lentamente um novo molde social é formado. Novas hierarquias são formadas com base nos novos valores, novas autoridades assumem o poder do povo, a violência dá vazão a ordenação, aos poucos os indivíduos vão aceitando as novas autoridades e delegando poderes a elas limitando as ações dos indivíduos, com novos paradigmas os elos de ligação entre passado e presente são formados e a sociedade se restabelece.



O consciente coletivo de uma sociedade é o conjunto de valores, trabalho artístico, da engenharia arquitetônica, das fórmulas matemáticas, das humanidades todas, das exatas e nenhuma tão menos importante, dos valores do espírito, das construções e equipamentos, dos estudos, das expressões do espírito que são captados pelos sentidos da máquina humana. Qualquer ensinamento que um indivíduo conseguiu traduzir para informações neurais são instrumentos codificados que formam o consciente coletivo da sociedade.



Para a sociedade não existem excluídos (a não ser por crimes que importem o banimento), existem sim, indivíduos que não estão bem relacionados na malha social e por esta razão requerem a intervenção do estado para alocá-las no sistema de forma a serem relativamente mais úteis para sua complexidade. A exclusão social é conseqüência de atos de governo.



O valor a vida é um componente essencial para toda sociedade. Nele está implícito a necessidade de preservação da espécie, a continuidade da herança hereditária, a continuidade da própria espécie, do aprendizado acumulado e do respeito ao ser humano. Muitas sociedades têm conceitos difusos sobre o que é considerada a vida, desde sua fase inicial até sua fase terminal.



A ciência evolui tanto que às vezes as regras de uma sociedade tornam-se obsoletas e novos valores e paradigmas devem ser criados para suportar as novas descobertas científicas. Para a ciência a noção de vida pode alterar se a utilização de elementos que a definem pode salvar outras vidas já existentes. Isto gera um conflito na sociedade que desenvolveu secularmente todo um respaldo social para a continuidade do padrão e regras estabelecidas.



A sociedade é limitada pelo poder transferido ao estado. As regras são necessárias para que todos fiquem satisfeitos e assim minimizar conflitos e interferências capazes de prejudicar os indivíduos ou diminuir-lhes a sua expectativa de vida.



A solidariedade não está ligada diretamente aos valores do espírito e sim a necessidade de preservação da espécie. Quando a solidariedade está carregada de valores espirituais esta serve de fundamentação teórica que justifica a benevolência. Ajudar os iguais (o ser social) traduz o desejo interno de garantir a manutenção dos seus na noção de família que se estende além das fronteiras de uma unidade familiar e passa para o terreno do conjunto, do todo, do complexo sistema.



Criar é um ápice do pensamento. O potencial criativo é objeto de estudo do fenômeno social. Inventar é associar idéias pré-concebidas e fusioná-las umas as outras de forma que a ligação entre as invenções conhecidas e o elo formado pelo criador torna-se uma coisa nova na concepção da sociedade. A sociedade preserva o conhecimento dos seus indivíduos pela formação de leis que garantem o direito de propriedade das invenções.



Nem todo mundo que vive em sociedade é social, mas mesmo não sendo social, à sociedade, este indivíduo pertence. Não ser social significa repúdio aos valores que a sociedade expressa através de reuniões, celebrações, encontros, desfiles, convívio coletivo e postura cívica. Faz parte de a sociedade desenvolver o livre arbítrio, quando expressamente permitido, para que os indivíduos sintam-se a vontade para exercerem seus direitos e deveres como cidadãos.



Tem sociedades que desenvolvem o saber calcado apenas na evolução humana. Deus para essas sociedades é fruto do imaginário coletivo de uma época em que a cultura humana não tinha respostas para o desenvolvimento das potencialidades do ser. Então Deus era visto como o complemento que faltava para as explicações científicas por falta do desenvolvimento da própria ciência que ainda era incipiente. Para outras sociedades Deus é a mola mestra responsável por tudo o que é vivo e exista na sociedade. É através dele que toda a vida foi gerada e se faz sentido. A fé surge como devoção e todos os pressupostos da sociedade não podem ferir este princípio universal que originou a vida como conhecemos.



A cultura é a expressão de um povo dos seus momentos de alegria e tristeza, de ausência e contentamento, das tradições e elucubrações, do amor e do ódio. Uma sociedade pode ter diversas culturas chamadas de culturas integrantes ou regionalizadas e ter uma cultura unificada que representa toda a sociedade. A cultura única é a junção de todas as culturas regionalizadas. A expressão do povo difere de acordo com os costumes e tradições. As particularidades do idioma criam silogismos incontestáveis. Cada qual em sua essência transmite um ensinamento que é uma verdade para quem transmite.



A sociedade não gera desvios econômicos na formação de ricos e pobres, e sim, o sistema de governo que ela transferiu poder o responsável pela fome e miséria dos seus indivíduos. O processo de escolha dos representantes determina o quão próximo de uma sociedade dita perfeita pode ser alcançada. Mas o grau de informação dos indivíduos interfere diretamente no processo de escolha. Por isto uma sociedade mal informada dificilmente conseguirá eleger bons governantes. Então tudo gera um ciclo vicioso onde não existe preocupação com a informação para perpetuar governos que têm pouco a oferecer aos indivíduos e muito a lucrar com medidas tendenciosas em benefício próprio.



Outro fator importante em uma sociedade é a comunicação. Ela pode ser restrita, ampla ou controlada. Quando ela é restrita as pessoas devem apenas seguir os preceitos em um código moral que norteia o pensamento. Ampla quando a censura aparece apenas como um indicativo do que é aconselhável ou não aos indivíduos assistirem e controlada quando o poder da censura limita muito o acesso ao conhecimento em uma sociedade. Mas uma vez o estado é o responsável pelas limitações nas expressões entre pessoas. Como na economia o pensamento dominante é o responsável por ditar as regras necessárias para a manutenção do próprio poder.



Quando um estado recebe excesso de poder de uma sociedade ele tende a ser eterno. Então monta estruturas dominantes e controla o pensamento do povo para que tenha uma única visão positiva na direção do pensamento dos governantes. Mas quando a vontade do grupo político que controla uma sociedade começa a limitar o bem-estar para somente os seus, isto gera um descontentamento até surgir uma ruptura com a sociedade que estabelece novos valores e paradigmas que a fazem ter uma tomada de decisão de desligar uma camada política do poder.



Por outro lado um estado fraco pela não transferência de poder da sociedade para ele, torna as decisões políticas complicadas. Existe nestes casos um progresso da anarquia institucionalizada, onde a sociedade cai na tentação de burlar suas próprias regras e leis até que novas forças surjam pelo carisma de suas idéias e ideais.



A liberdade é um conceito amplo e tratado em sociedade na menção do limite que vai a liberdade do próximo. Em determinadas sociedades a liberdade é relativa e em outros é completa nos termos da lei. O conceito de liberdade pode variar de uma sociedade para outra. A restrição à liberdade também sobre a interferência do estado que prima pela segurança dos outros indivíduos pertencentes à sociedade.



A luta de classes é um divisor da sociedade. Os divisores servem como um dique cujas algumas camadas estão sujeitas há benefícios maiores da estrutura do estado e outras camadas são responsáveis pela manutenção das bases do mesmo. As classes sociais mais elevadas detêm um maior grau de conhecimento científico e acadêmico que as classes mais baixas. Quando a relação de classes sociais elevadas versus classes sociais baixas é muito desproporcional em relação à classe social baixa é dito que a sociedade está em desequilíbrio e o poder de decisão está muito concentrado em torno de poucos indivíduos.



Uma sociedade cresce quando todos os indicadores sociais como educação, moradia, emprego, alimentação, renda, cultura, lazer, entretenimento, saúde, turismo,... passam por uma melhora de acordo com a percepção das variáveis sócio-econômicas. Os indivíduos tornam-se mais felizes, novas portas se abrem, o comportamento social fica mais estável e a vida torna-se mais fácil para os mais humildes.



Uma sociedade pode ser aberta ou fechada. Quando aberta, ela é sucessível a ter interferências culturais, comerciais ou econômicas. Os indivíduos buscam referenciais externos de conduta e passam a consumir as idéias e valores da cultura estrangeira. As idéias sofrem adaptações quando chegam numa sociedade e se mesclam com a cultura local. Em estruturas fechadas o estado encarrega-se de decidir o que é bom entrar numa sociedade como informação. Controla os valores, aplica censura quando necessário e limita o consumo de bens quando estes podem causar um desarranjo na estrutura do estado.



A força de uma sociedade está na capacidade de organização dos indivíduos que a ela pertencem. Quanto maior a organização maior a chance da distribuição do poder e da equidade social. O estado é apenas um instrumento para a sociedade neste caso. Não é ele o detentor do rumo que um povo deve seguir, através apenas de suas elites, e sim um acessório necessário para a regulamentação da sociedade e sua dinâmica.



A igualdade é conquistada pelo respeito às diferenças e o crescimento voltado para as particularidades de cada indivíduo. Um estado que verdadeiramente representa o povo se preocupa em trabalhar as habilidades individuais de cada popular, a fim de satisfazer a relação desejo versus utilidade de cada um.



A sociedade é o dínamo que movimenta as máquinas do progresso quando bem reguladas. Cabe cada um fazer sua tarefa. E ela começa em cada um, na unidade familiar e termina no estado na escolha correta dos representantes que darão voz aos desejos e sentimentos de todo indivíduo em sociedade.

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