Crêde... Crêde que me açaimo...
É uma testeira que movo
Para cima e para baixo...
Serve-me de venda
E até de coleira
Mas rebento-a, destruo-a
Quando lobrigo pronto o cadeado
Esse pedaço elo a elo enformado
Que os homens... Os homens...
Trazem sempre nos dentes
Esses tais produtos da maçãzinha
Simplesmente duas sementes
O Abel, o bom... O Caim, o mau...
Sinal de que Eva comeu maçã
Pelo menos duas vezes...
Adão gostou e não teve dois pomos!
E as maçãzinhas de ouro?!
Esse inevitável tesouro
Que produziu o primeiro fratricida?!
E a geração plena
Com um só assassino no mundo?
Ah... A Eva!...
Que má interpretação
Faço eu desta história
Que por mais que se conte e reconte
Não traz a solução essencial...
Os dois irmãos... O bem e o mal
Ainda aqui estão
Todos os dias em confusão
Em pecado e em perdão
E é o bom que se fode e refode sempre...
Sempre... Sempre!