venha a noite,
venha a lua,
sonâmbula, dourada,
atiçar-me a pele,
provocar-me versos e canções.
nada há em mim que seja silencioso
mesmo o sono cansado
é prenhe de notas e cores,
perfumes nacarados,
abrasadores.
venha a poesia ruidosa
da alma em festa pela vida,
venham os convites para a alegria,
nada de silêncios, melancolias.
agora é minha vez de ressoar em fantasia,
no puro deslumbramento
do sonho agarrado com fome
- encontro inesperado,
antevisto, decerto, pelo destino
ah, meus deuses enternecidos,
minha criança em folguedo,
meu sonho desperto em lancinante grito
da paixão que faz o sangue correr nas veias.
ah, meus anjos em festa,
meu sol radiante nas manhãs
- todos os dias.
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