O Gatilho do Diniz e o Elogio do Piolho Chato
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Peço licença ao Antônio
Faço questão de ser chato
Mas não vou deixar em branco
O que me parece insensato
Dar boas vindas ao surdo
Que também, parece, é mudo
Gente sem cara e retrato
Só pode ser ironia
Ou gozação passageira
Uma lição de moral
Ou uma grande brincadeira
Chamar alguém de normal
Que nada escreve afinal
Coisa séria ou besteira
Antonio Piolho Chato
Amigo não fique raivoso
Mas o gatilho do Diniz
Deixa qualquer um nervoso
Pois é certo o que diz muita gente
Quem cala é porque consente
O que diz é duvidoso
Gatilho que não dispara
É gatilho sem presteza
De gente que nada sabe
Não joga as cartas na mesa
Seu pensamento é obscuro
Não sai de cima do muro
Cheira muita a esperteza
Esperteza bem conhecida
Que aparece na eleição
De político que nada fala
Mas que chama atenção
E o eleitor pobrezinho
Vai compreendendo sozinho
O que diz o charlatão
E em cada eleição passada
Um surdo-mudo é eleito
Com a leitura errada
Que fizeram do sujeito
Atiraram no que julgaram
Mas, todos, seus votos erraram
Não viram o grande defeito
São cegos os eleitores
Ou melhor, são não- videntes
Pois não viram os que enganam
Com verdades aparentes
E assim acontecem absurdos
São eleitos surdos e mudos
Os chamados presidentes
PS.: Quem tiver alguma coisa para dizer que diga, ou que atire, pelo menos, a primeira pedra.