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Artigos-->FINS DÁGUA, GENUINO SALES SALES -- 19/11/2007 - 23:47 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FINS D’ÁGUAS, GENUINO SALES



Francisco Miguel de Moura – Escritor



De cabo a rabo, do começo ao fim, é um livro muito gostoso, de contos do antigo sertão do Piauí, aba da Serra (do lado de cá). Autor: Genuíno Sales, nascido piauiense, em Pedro II, no ano de 1938, livro editado pela Gráfica da Organização Educacional Farias Brito, em Fortaleza, 2005. Membro da Academia Cearense de Letras. Falo de “Fins d’Águas”, seu livro de estréia. Foi estudar no Ceará com 16 anos de idade, mas sua vivência do Piauí ficou indelével na memória afetiva e intelectual, tornando-se um genuíno escritor. Regionalista, mas de um regionalismo renovador, necessário, criativo qual Fontes Ibiapina. Nem precisei ler antes o correto e bonito prefácio de Edmílson Caminha. Fui direto, lendo de uma sentada (ou deitada) depois do almoço, e senti emoções da minha infância, lembrei minha mãe pela linguagem e meu pai pela luta do pão de cada dia. E como é bom recordar os ditos reditos daquelas passadas épocas. Lembrei do chouriço da casa de meu avô, das sentenças que eram como que sermões, tais como “Bulir com a filha alheia é caçar cobra com os pés e medir os palmos da própria sepultura” e “Os cegos enxergam pelos olhos de Deus. É assim mesmo. A pior sorte do mundo é melhor do que morrer.” Ou “Deus dá o frio conforma a roupa” e “Tá pensando que sebo de tripa é gordura?” “Mea Culpa – Máxima Culpa”, com o qual começa, considerando apenas uma confissão, é uma verdadeira história de exemplo e proveito, tal como no início do conto em Portugal. O de Genuíno Sales, porém, mais curto, aprazível, fácil de ler, tocante. Genuíno Sales um grande escritor, essa estréia de “Fins d’Águas” sai tarde. Que outros venham em breve. Do livro, citar apenas um conto seria inteiramente supérfluo. O livro é uno. O que dá vontade mesmo é de repetir ao leitor o que li de preciosidades lingüísticas como: “encabar, forquilha, cambito, puxado, vareda, lajeiro, desobriga, babatando, picenez, caculo, folejos, trambecando, desarnar, loros, cofo, masca (de fumo), padrinho de vela, mamucabos, adjutorar etc. etc. São contos onde a sensualidade desponta forte, descrita tão maravilhosamente que faz a gente tremer nas bases, mesmo na idade de velho. Seria um nunca acabar de beleza e substância a literatura de Geuino Sales. Vai aqui, para terminar, umas frases que me parecem marcar seu estilo: “A sombra da ingaranas dava ao poço um ar de santuário. Cabras ariscas e ovelhas solenes desciam a ribanceira badalando chocalhos, para uma bebida ligeira. O sol esquentava impressionantemente, e as cigarras cantavam no capoeiral como se não quisessem parar nunca mais.” Foi muito mais que isto que observei, mas enfim, neste pequeno espaço é impossível desenvolver uma crítica mais específica. Para os interessados, e-mail do autor: genumatuto@bol.com.br



FINS D’ÁGUAS, GENUINO SALES



Francisco Miguel de Moura – Escritor



De cabo a rabo, do começo ao fim, é um livro muito gostoso, de contos do antigo sertão do Piauí, aba da Serra (do lado de cá). Autor: Genuíno Sales, nascido piauiense, em Pedro II, no ano de 1938, livro editado pela Gráfica da Organização Educacional Farias Brito, em Fortaleza, 2005. Membro da Academia Cearense de Letras. Falo de “Fins d’Águas”, seu livro de estréia. Foi estudar no Ceará com 16 anos de idade, mas sua vivência do Piauí ficou indelével na memória afetiva e intelectual, tornando-se um genuíno escritor. Regionalista, mas de um regionalismo renovador, necessário, criativo qual Fontes Ibiapina. Nem precisei ler antes o correto e bonito prefácio de Edmílson Caminha. Fui direto, lendo de uma sentada (ou deitada) depois do almoço, e senti emoções da minha infância, lembrei minha mãe pela linguagem e meu pai pela luta do pão de cada dia. E como é bom recordar os ditos reditos daquelas passadas épocas. Lembrei do chouriço da casa de meu avô, das sentenças que eram como que sermões, tais como “Bulir com a filha alheia é caçar cobra com os pés e medir os palmos da própria sepultura” e “Os cegos enxergam pelos olhos de Deus. É assim mesmo. A pior sorte do mundo é melhor do que morrer.” Ou “Deus dá o frio conforma a roupa” e “Tá pensando que sebo de tripa é gordura?” “Mea Culpa – Máxima Culpa”, com o qual começa, considerando apenas uma confissão, é uma verdadeira história de exemplo e proveito, tal como no início do conto em Portugal. O de Genuíno Sales, porém, mais curto, aprazível, fácil de ler, tocante. Genuíno Sales um grande escritor, essa estréia de “Fins d’Águas” sai tarde. Que outros venham em breve. Do livro, citar apenas um conto seria inteiramente supérfluo. O livro é uno. O que dá vontade mesmo é de repetir ao leitor o que li de preciosidades lingüísticas como: “encabar, forquilha, cambito, puxado, vareda, lajeiro, desobriga, babatando, picenez, caculo, folejos, trambecando, desarnar, loros, cofo, masca (de fumo), padrinho de vela, mamucabos, adjutorar etc. etc. São contos onde a sensualidade desponta forte, descrita tão maravilhosamente que faz a gente tremer nas bases, mesmo na idade de velho. Seria um nunca acabar de beleza e substância a literatura de Geuino Sales. Vai aqui, para terminar, umas frases que me parecem marcar seu estilo: “A sombra da ingaranas dava ao poço um ar de santuário. Cabras ariscas e ovelhas solenes desciam a ribanceira badalando chocalhos, para uma bebida ligeira. O sol esquentava impressionantemente, e as cigarras cantavam no capoeiral como se não quisessem parar nunca mais.” Foi muito mais que isto que observei, mas enfim, neste pequeno espaço é impossível desenvolver uma crítica mais específica. Para os interessados, e-mail do autor: genumatuto@bol.com.br



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