Vai terminando o ano e uma turma de jovens adolescentes está na expectativa do famoso, temido e necessário vestibular.
Estes três últimos anos foram de preparação para se chegar à reta final. Eles representam um número dentro dessa disputa para conseguir um lugar na Faculdade pretendida.
As oportunidades parecem muitas,as provas são marcadas em datas diferentes, para que cada aluno tenha várias chances de concorrer a uma vaga.
Mas nessa idade, sabemos, é difícil para a maioria tomar uma posição, saber o que realmente quer, aquela carreira que possa ser mais de acordo com sua tendência, ou sua facilidade, sem esquecer, contudo, de que é preciso ser objetivo ao observar o mercado de trabalho.
Este ano, meu neto mais velho está fazendo parte dessa “tribo”. Nas experiências anteriores, mesmo sem terminar o curso, como “treineiro”, ele conseguiu boa colocação. Mas a hora é agora! Essa é para valer!
Assim como ele, há milhares de jovens sofrendo essa pressão emocional absurda, porque o melhor lhes foi dado, e os pais, muitos deles, conseguiram na primeira vez!
Nosso conselho é: tranqüilidade, antes de tudo, confiança, segurança em todo caminho percorrido, a certeza do dever cumprido. E aceitar o resultado, porque hoje, não é como há 30 anos, são muito mais concorrentes. E não se martirizar!
Apesar do que dizemos, esse momento mexe com toda a família. Já passamos por isso na época dos nossos filhos, e tudo deu certo. E hoje, vinte e tantos anos depois, vemos um quadro desolador com homens e mulheres que passaram dos quarenta, dos cinqüenta anos de idade, estudantes brilhantes que foram, sendo afastados do alto cargo que conseguiram com todo empenho, com seu padrão de vida estabilizado, com filhos nas faculdades, sendo trocados por 2 recém formados, sem alguma experiência de vida, mas que darão o máximo de si pela oportunidade do emprego, recebendo um salário bem inferior.
Infelizmente, a nossa cultura é essa. A experiência conseguida através dos anos de dedicação e aperfeiçoamento, não é reconhecida. A idade madura, que torna o homem e a mulher com mais sabedoria, é justamente o fator que os torna descartáveis, substituíveis, no atual panorama do mercado. Nele não se investe mais, tornou-se obsoleto como uma ou outra máquina, sem chance de se reciclar, o que seria um instrumento vantajoso pela larga experiência e vivência!
E então perguntamos: por que tanta luta, tanta expectativa, se daqui há vinte, trinta anos, estarão correndo o risco de serem descartados como peças inúteis?.
Que cultura é essa de nosso país que desconsidera a vivência do idoso, tratando-o como inútil, desrespeitando seu passado de trabalho, seu conhecimento adquirido através de experiências, quando coloca os alicerces para o desenvolvimento das futuras gerações?
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Luzia Stella Mello
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