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Contos-->Dia dos namorados -- 14/06/2002 - 02:14 (Roberto Shiniti Fujii) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sonhos e saudades

É de noite. Os automóveis passam pela rua, para destinos incertos. Nesta esquina a chuva cai e forma algumas poças de água que banham a calçada quando um carro passa por cima e algum pedestre desavisado que se aventure por este local.
Aqui, sentado na frente do computador, enquanto estava escrevendo esta história havia ali na tela do computador, no canto superior direito, a janela do ICQ, onde um conjunto de letras em azul me fascinava os olhos e permitia que eu parasse e passasse os dedos como quem acaricia alguém muito amado. Alguém que merecia um beijo longo e macio, sentindo mutuamente o calor de ser amado e querido, de poder contar com um abraço fraterno ou um abraço apaixonado.
Nos prédios os quais podem ser observados pela janela de meu quarto, um ou outro declarava alguém supostamente acordado, com uma pequena luz saindo por sua janela. Era de se notar que possivelmente se tratavam de quartos onde, talvez, pessoas também estavam conectadas à internet ou simplesmente lendo um livro ou assistindo à TV.
No WinAmp, o som da flauta japonesa recitava o Honshirabe, uma canção popular japonesa. Sua sonoridade calma e melancólica permitia limpar a mente e deixar fluir as palavras e sorrisos involuntários que se fixavam nas letras azuis. Ali se ouvia o som que chamava para a troca de um diálogo lindo e na mesma proporção de aconchego que sente um hobbit em sua toca, ao lado da lareira, cantando e fumando seu cachimbo após uma boa refeição.
Consultando às mensagens de correio eletrônico, perguntei em uma lista zen-buddhista sobre o famoso Daruma, das crendices nipônicas. Ao ser respondido, uma frase chama a atenção: "Se você tiver fé, até uma cabeça de sardinha se transforma em Buda".
Minha kataná (sabre de samurai) me olhava indiferente de onde ela fica, em seu suporte sobre o monitor do computador. Ali percebi que meu lado de descendência samurai poderia dar uma força, ao lembrar da saga dos 47 ronins, cuja história de honra pode ser levado a muitas vertentes, por sua determinação junto a um ideal.
Quarenta e sete samurais perderam injustamente seu senhor e resolveram se vingar. Ficaram anos sem demonstrar isso, sofrendo toda sorte de decepções, rebaixamentos, desonras, até que um dia, chegada a hora, resolveram recuperar a honra e a dignidade de seu senhor. E disso lembrei porque era dia dos namorados.

Ah! Dia dos namorados! Dia para lembrar que alguém te ama e que você também a alguém ama. Ainda não entendo como as pessoas não conseguem levar esse dia a sério. Ser amado e amar deveria ser mais valorizado pelas pessoas, ao contrário do que pensam muitas ao visualizarem a data como “gastar dinheiro”. Lembrar da saga dos 47 ronins serviu para identificar que a luta por um ideal sempre me fará romper barreiras e conhecer que minhas limitações enquanto eu for habitante desta terra podem ser apenas pedras no meio do caminho. Devemos aprender a superar as limitações e, nesse sentido, amar alguém seja onde essa pessoa estiver é um ato de glória e felicidade, porque alguém ama, e isso nunca pode ser desperdiçado.

Olhei em torno e o ar parecia mais leve... tocava agora Fuki, interpretado por Masayuki Koga, cuja flauta ecoava em meus pensamentos e fazia fluir meu ser para a contemplação da simplicidade da vida e de cada minuto do presente.
Assim acabou a noite e assim fui dormir, extasiado de uma felicidade interior, por ter a honra de amar e ser amado, sentindo simplesmente a eu mesmo.
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