Ditam-se milhares de valores
e padrões que influenciam
e determinam os indivíduos,
ensinam que a mulher
esta para o pinto, assim como
o pinto esta para a galinha,
mas se nos cruzamentos da vida
ela experimentar uma galinha,
e recordar o que a sociedade
lhe ensinou.; "o indivíduo deve ter
relações saudáveis e que faça
coisas prazerosas para que a
sensação transforme isto
num retorno positivo para
a sua auto estima", então,
automaticamente ela
dirá a si mesmo:
porque não deixar rolar,
e assim que pega o gosto,
se esconde da hipocrisia humana,
num súbito, ela se vê estendendo
a toalha de mesa na cama,
e fazendo um piquenique,
oferece como prato principal
um clitóris recheado de tesão,
e diante da paisagem obscena
não são os pássaros que gorjeiam
somos nós que sussurramos
ofensas em gemidos, que saem
das entranhas e não da boca,
dela saem apenas lambidas,
Nesta volúpia a fronteira do mundo
acaba na união de nossos corpos,
como num quebra cabeça as peças
se embaralham entre si, misturam-se
cabelos, pêlos, dedos,
saliva, malicias e desejos.
Com ciúmes, o tempo
espiona através de um relógio.
Na transparência de tua Íris,
vejo nitidamente refletir
tua gula, teus anseio.
Os padrões sociais de beleza,
me esqueceram, o mais belo
esta na visão de quem ama.
E lá estamos nós, a três,
eu, você e o Édipo,
O Édipo, você e eu,
e dedos vem e vão,
vão e vem, sem parar, confusa,
nem sei se estão indo ou voltando,
se são meus ou seus, tudo
que sabemos é que se vivêssemos
em um mundo sem atrito,
não haveria o Deus do gozo
então, sábio, meu óstio vaginal
se prepara para receber o ápice
de tua língua, e através
deste dinâmico atrito,
Eu gozo !
de todos aqueles pintos
que não souberam me
dar o prazer de conhecer
a plenitude do amor !
Deus gozo.
fattoconsumado
Junho de 2001
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