As questões referentes a Bolsas de Valores sempre me fascinaram, desde os tempos dos debates acadêmicos. E tenho visto alguns analistas se equivocarem quando tentam explicar grandes ou violentas flutuações nos índices.
Tenho defendido a tese de que uma Bolsa não está, necessariamente, atrelada a outra. A menos que um grande grupo (especulador ou não) tenha interesses em ambas, ou uma carteira de ações calcada, momentaneamente, nelas.
Tento explicar-me.
Um mesmo fato gerador de queda numa Bolsa pode, logicamente, ser causa de alta numa segunda Bolsa. Basta um grande grupo especulador realizar lucros na primeira e entrar comprando na segunda.
Sabemos que isso é possível e que realmente acontece.
Gostaria que alguém pudesse questionar a seguinte proprosição, sobre uma questão hipotética:
Por exemplo, se cair o governo argentino, provavelmente, num primeiro momento, o índice Merval desaba. Isso é fácil de ser explicado: alguns, ou muitos investidores saem, por algum tempo, da Bolsa de Buenos Aires.
Mas esse fato, por si só, (repito, frisando: por si só!) não poderá ser dado como determinante de uma queda no Ibovespa do mesmo dia! Outros fatores podem causar queda (ou alta) neste índice, posto ser composto pelas 57 ações mais negociadas, fazendo com que a Bolsa de São Paulo, caia (ou não), APESAR DA QUEDA DO MERVAL.
Boatos sobre privatização da Cesp, por exemplo, podem levar investidores a inverter tendências. Mesmo quem sai de Buenos Aires pode vir para a Bovespa no mesmo dia! E um boato sobre a suposta falência da Petrobrás pode afundar o Ibovespa.
Etc.
Enfim, nenhum fator, por mais significativo que seja, pode ser considerado como a ÚNICA causa de queda (ou de alta) numa determinada Bolsa de Valores, num determinado dia.
Meu raciocínio tem algum fundamento, ou você discorda totalmente do que eu digo?
Você, leitor, caso não concorde comigo e caso conheça os mecanismos do Mercado de Ações, poderia explicar aos leigos, pedagogicamente, por que caem e por que sobem os preços das ações nas Bolsas de Valores?
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