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Artigos-->FESTAS NATALINAS -- 09/11/2007 - 23:22 (Roberto Stavale) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Natal, do latim natale, adjetivando os nascimentos, mas substantival, principalmente ao dia em que o menino Jesus nasceu.

Passados mais de vinte séculos do nascimento de Cristo, as liturgias católicas, com raras exceções, já não existem, porém, deixam a pergunta: afinal, o que é o Natal? Atualmente, o consumismo desenfreado é o verdadeiro ícone natalino para cristãos e não cristãos, que trocam presentes, compram roupas caríssimas e preparam deliciosas ceias e almoços, muitas vezes sem saber o porquê de tanta comemoração.

Mas tudo tem as suas origens.

As natalidades advindas das fertilidades têm os seus festejos populares desde os primórdios da humanidade.

A celebração do Natal antecede o Cristianismo em mais de 2.000 anos.

Pelas anotações históricas, parece que tudo começou quando os antigos mesopotâmicos celebravam a passagem de ano, o Zakmuk. Para eles, o Ano Novo representava uma grande crise, pois devido à chegada do rigoroso inverno, com suas nevascas e geadas, acreditavam que os monstros desse caos enfureciam-se e Marduk, seu principal deus, precisava derrotá-los para dar continuidade à vida fértil na Terra.

O festival de Ano Novo durava doze dias e sua finalidade era auxiliar Marduk em sua batalha.

A tradição dizia que o rei deveria morrer no fim do ano para, ao lado de Marduk, ajudá-lo em sua luta. Para poupar o rei, um criminoso, vestido com os trajes do monarca, era tratado com todos os privilégios da realeza. Depois de morto, acreditava-se que o condenado era levado para o inferno, carregando todos os pecados do povo. Assim, a ordem relativa às estações climáticas era anualmente restabelecida.

Os primeiros calendários marcavam a divisão do ano em dez meses, imprecisos e rudimentares, orientados pelas posições cíclicas da Lua em relação à Terra. A técnica dos calendários lunares começou com os sumérios, há mais de 6.000 mil anos. Este povo, provavelmente originário da Ásia Central, e com uma cultura semelhante à da primitiva civilização hindu, instalou-se nas férteis regiões entre os rios Tigre e Eufrates, cuja região corresponde, atualmente, ao sul do Iraque, e se estende desde os arredores de Bagdá até o Golfo Pérsico.

Os sumérios dividiam toda região com uma outra civilização, os acadianos.

Em 2.100 a.C., o calendário lunar dos sumérios-acadianos já estava muito difundido e o seu sucesso, provavelmente, deveu-se aos ganhos da economia. Por exemplo, o prazo de um empréstimo de cevada, ou de outros cereais, poderia ser medido em ciclos da Lua. Outro exemplo: um homem que contratasse um empregado por um ano de trabalho, no mês lunar de Kilismu saberia que o ano havia terminado, e quando chegasse novamente o mesmo mês, os diversos compromissos poderiam ser estabelecidos com certa facilidade.

Depois de muitas guerras, a região mesopotâmica foi conquistada pelos amoritas, que fundaram o Império Babilônico.

Na Mesopotâmia, sob o domínio babilônico, o ano lunar foi dividido em duas estações: o verão, que incluía a colheita da cevada na segunda metade de maio ou começo de junho, e o inverno que, de modo impreciso, corresponde ao outono-inverno no hemisfério norte, nos dias de hoje.

A Mesopotâmia inspirou a cultura de muitos povos, entre eles, os gregos, que anexaram as origens desses festivais, celebrando a luta de Zeus contra o titã Cronos. Séculos depois, através da Grécia, esse costume alcançou os romanos, com o festival chamado Saturnália, em homenagem ao deus Saturno, equivalente ao deus grego Cronos. A festa começava, pelo calendário romano da ocasião, no dia 17 de dezembro e terminava no dia primeiro de janeiro, comemorando assim o solstício do inverno. De acordo com os cálculos da época, no dia 25 de dezembro o Sol estava mais fraco, porém, pronto para recomeçar a crescer e trazer nova vida aos costumes, principalmente às colheitas.

Nesta data, conhecida como o Dia do Nascimento do Sol Invicto, além de feriado, havia festas nas ruas, com farta distribuição de presentes e alimentos. Jantares pomposos eram oferecidos aos amigos e, ao redor dos banquetes, árvores verdes, enfeitadas com galhos de loureiros e iluminadas por muitas velas, ornamentavam os ambientes para espantar os maus espíritos da escuridão. Durante os jantares, costumava-se presentear uns aos outros.

Assim como essas, outras festas, homenageando os deuses da fertilidade e da natalidade, aconteciam em todo o planeta. Depois do século XVI, com a colonização das Américas, ficamos sabendo que os povos pré-colombianos, como os maias, incas, astecas, ou mesmo os primitivos indígenas, tinham também as suas festas e os seus deuses da fertilidade e da natalidade. Folclores que ainda acontecem ao redor da Terra.

Mas vamos nos ater à, quiçá, verdadeira data do nascimento de Cristo e, conseqüentemente, do Natal.

O primitivo Calendário Romano, baseado na fundação de Roma, foi chamado de Calendário de Rômulo (753-717 a.C.), era lunar e tinha 10 meses. Numa Pompilho (717-673 a.C), sucessor de Rômulo, fez diversas modificações no calendário. Os romanos, extremamente supersticiosos, consideravam fatídicos os números pares. Por isso, aboliram os meses de 30 dias e, assim, alguns passaram a ter 31 ou 29 dias. Além disso, aumentou para 12 o número de meses. Depois veio o Calendário Juliano, instituído por Júlio César no ano 46 a.C. Nesse calendário, o ano começava em januarius, e não mais em martius. Para isso, ele fez com que as calendas januaris, (primeiro de janeiro), coincidisse com a primeira Lua Nova, depois do solstício de inverno. O Calendário Juliano teve 365 dias e, de quatro em quatro anos, haveria um dia excedente em februarius: o bis VI (bissexto), atendiem calendas marti.

Em 325 d.C., o Imperador Romano Constantino I convocou o primeiro concílio ecumênico do Cristianismo, denominado o Primeiro Concílio de Nicea, para decidir diversos assuntos sobre o futuro do Cristianismo e, entre eles, a época para se comemorar a Páscoa Católica, devido às falhas no Calendário Juliano, principalmente sobre o equinócio.

Constantino I, ou Constantino Magno, em latim Flavius Valerius Constantinus, (272-337 d.C.), foi proclamado Augusto pelas suas tropas, em julho de 306, e governou o Império Romano crescente, mas ainda dividido até a sua morte, em maio de 337.

Constantino I foi o primeiro imperador romano a se converter ao Cristianismo, religião saída das catacumbas romanas para abalar os fundamentos sociais e religiosos do poderoso império. A sua meia adoção ao Cristianismo deve-se, também, à influência familiar. Conta-se que sua mãe, Helena, nasceu cristã. Mas, além de cristão, batizado pelo bispo Eusébio de Nicomédia, Constantino nunca abandonou a sua adoração ao deus Sol (deus Sol Invicto), tanto que suas moedas mantiveram o sol como símbolo principal. Assim, favoreceu as duas religiões, pois como Sumo Pontífice, hoje designação usada somente pelo papa, na época indicava o chefe supremo em assuntos religiosos, manteve-se fiel ao paganismo e permitiu, depois do Primeiro Concílio de Nicea, que a Religião Católica se tornasse o culto oficial do império. Com isso, a Igreja, do grego enklesia, assembléia de cidadãos ou de fiéis, católica, do latim eclesiástico catholicu, universal, apostólica, dos apóstolos de Cristo e romana, do Império Romano, começou a doutrinar e dominar boa parte da população mundial, até os nossos dias.

No início houve imensas controvérsias para adaptar as duas religiões.

Os romanos eram, por excelência, politeístas. Além do deus Sol, havia centenas de outros deuses, para satisfazer o gosto de cada um. Idolatravam imagens e seguiam os cultos das nações ocupadas, e não ocupadas, pelo Império com grande liberdade democrática. Já os cristãos eram monoteístas, mas idolatravam o símbolo da cruz, na qual Cristo foi condenado à morte, e do peixe, símbolo dos primeiros seguidores do Cristianismo, e usado como código secreto entre eles, durante as perseguições. O ícone do peixe provém da frase grega: Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador, formando a palavra grega ICHTHUS, que significa peixe.

Como podemos ver, as principais festas da Igreja Católica foram plagiadas dos antigos costumes pagãos. O cristianismo que no início era um culto monoteísta, para contentar o Império e seus domínios, tornou-se iconólatra.

O tempo passou. Somente em setembro de 787 d.C., durante o Segundo Concílio de Nicea, celebrado por iniciativa da Imperatriz Irene, regente em nome de seu filho menor de idade, Constantino, mesmo nome herdado do outro imperador. O concílio, em plena polêmica iconoclasta, decidiu que a representação figurada de Cristo, recém-nascido, adulto ou crucificado, de Nossa Senhora, dos anjos, arcanjos e santos, não apenas era permitida, mas recomendada. As decisões tomadas no Niceno II foram subscritas por mais de 300 bispos e diversos legados papais, para reconfirmar a doutrina tradicional da igreja. Mas a iconoclastia estava longe de ser eliminada, pois voltou no decorrer do século IX, e a legitimidade do culto de imagens foi novamente contestada pelos cátaros, no século XII, e protestantes, no século XVI, antes de ser aprovada no Concílio de Trento, no século XVI.

O objetivo do Concílio de Trento, convocado pelo Papa Paulo III e realizado de 1545 a 1563, foi assegurar a unidade da fé e a disciplina eclesiástica, outorgando de vez a adoração das imagens sagradas.

Em fevereiro de 1582, o Papa Gregório XIII (1512-1586) reformou o calendário, com um atraso de 10 dias da data do equinócio, que acontecia em 11 de março, e não no dia 21 desse mês. As principais modificações do Calendário Gregoriano, praticamente usado por quase toda a humanidade, foram as seguintes: a supressão de dez dias do calendário – o dia seguinte à quinta-feira, 4 de outubro de 1582, passou a ser a sexta-feira, 15 de outubro de 1582 – para que o equinócio voltasse a concordar com o Concílio de Nicea, e a ausência dos anos bissextos durante três anos, em cada período de 400 anos. O primeiro desses ciclos começou em 1600, que foi bissexto, mas 1700, 1800 e 1900 não foram bissextos. O ano de 2000 foi bissexto. Desse modo, após três anos seculares comuns, haverá um bissexto. Assim, só serão bissextos os anos seculares divisíveis por 400. No Calendário Juliano, todos os anos seculares eram bissextos. O Calendário Gregoriano obrigou a contagem dos dias através da designação dos números cardinais 1, 2, 3... pela ordem e seguidamente, e não mais por calendas, como nonas e idos.

Com todos os requisitos acima descritos, os festejos do Natal foram mantidos no Calendário Gregoriano no dia 25 de dezembro. Mas existem controvérsias sobre o local e o nascimento de Jesus Cristo.

A mais aceita por todos os católicos batizados, e que aprenderam as principais noções do Cristianismo através do catecismo e do Novo Testamento, sabem que a Virgem Maria, prestes a dar a luz ao filho de Deus, pelo mistério da Anunciação feita pelo anjo, que se identificou como Arcanjo Gabriel, ia de Nazaré para Jerusalém na Judéia ocupada pelo Império Romano. Montada em um jumento puxado por seu marido, seguiam para participar do recenseamento ordenado para todos os judeus pelo governador da Síria, Públio Suplício Quirino, que obrigou cada pessoa a se inscrever no posto militar da cidade onde nasceu.

José, esposo de Maria, nascido em Belém, viajou para lá, evitando as multidões que se dirigiam ao recenseamento através de atalhos para maior segurança de sua esposa. Assim, com todas as dificuldades do percurso entre Nazaré e Jerusalém, seguiram para Belém, distante apenas oito quilômetros.

Como não existiam hotéis, e as poucas hospedarias eram rudimentares, desconfortáveis e palco de brigas e confusões, quem podia, ficava na casa de parentes ou amigos. Para os que não queriam, ou não tinham essas opções, havia grutas de pedras nos arredores da cidade.

O casal encontrou Belém bastante movimentada, devido ao censo. Por isso, não descobriram nenhum abrigo satisfatório, embora tivessem procurado nas casas de parentes e amigos. Para Maria ter tranqüilidade na hora do parto, José procurou uma gruta próxima que, às vezes, servia de presépio – do latim praesepiu, lugar onde se recolhe os rebanhos. Assim que chegaram, José, munido de suas ferramentas de carpinteiro, tratou de proteger convenientemente a sua pobre moradia. Depois de descansar, Maria ajudou na limpeza da gruta.

Até hoje, nas comemorações natalinas, dentro das suas tradições iconólatras, presépios com a imagem do Menino Jesus na manjedoura, com a Virgem Maria, José, pastores, os três reis Magos e diversos animais, como o jumento que transportou Maria, ovelhas e a pomba da paz, são montados nas igrejas, em casas de famílias e diversos pontos das cidades. São desmontados, seguindo os costumes, depois do dia 6 de janeiro, dia dos Reis Magos, assim como as coloridas e decoradas árvores de Natal.

Depois de alguns dias, Maria deu à luz ao seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e o deitou numa manjedoura. Momentos após o nascimento, o menino Deus era adorado pelos pastores que deixavam as sua ovelhas nas grutas próximas. Naquela mesma noite, guiados por uma brilhante estrela, os três Reis Magos, Belchior, Gaspar e Baltazar, depois do encontro com Herodes, Rei da Judéia, imposto pelos romanos, visitaram e presentearam o Menino Jesus com ouro, incenso e mirra. Cumpria-se assim mais uma profecia sobre o nascimento do Redentor, o Cristo Salvador. Terminada toda a movimentação de pessoas por causa do recenseamento, a Sagrada Família mudou-se para uma pequena casa, onde passaram a viver.

Mas quais são as datas exatas destes acontecimentos que mudaram radicalmente a história da humanidade?

Mesmo herdado das festas pagãs do início dos tempos, perdidas nos calendários lunares e solares, o Natal, data marcante do nascimento de Cristo, vem acontecendo com todas as suas liturgias, adorações e comemorações, desde que a cristandade herdou os domínios do Império Romano. Muitos historiadores afirmam que o primeiro Natal, como se celebra hoje, ocorreu em 336 d.C, criando-se, desde então, os preparativos do Tempo do Advento, hoje celebrado por quase todas as igrejas cristãs.

E assim o dia 25 de dezembro vem se sucedendo.

Nascido em família católica praticante, tive os meus primeiros lampejos das festas natalinas com o enorme presépio que meu avô materno, Francisco Trombieri, armava em sua casa. Em seguida, ele montava a árvore de Natal. Os presentes, trazidos pelo Papai Noel, eram encontrados na manhã do dia 25 de dezembro, debaixo da árvore, junto com os sapatos deixados pela criançada. Ceava-se lá pelas dez horas e, depois, todos iam para a Missa do Galo, à meia-noite. Na volta, continuavam a comer e a beber, jogando tômbola e dominó até o nascer do dia. Mas o que ficou em minha lembrança e, certamente, na de muitos, foram as impecáveis roupas novas, as fartas e pomposas ceias e os alegres almoços natalinos.

A Missa do Galo tem as suas origens no século IV, quando a comunidade cristã de Jerusalém caminhava em peregrinação a Belém, para celebrar a Missa do Natal, na hora do primeiro canto do galo, citado por Jesus na traição de Pedro, durante o seu calvário. Por isso é chamada de Missa do Galo. Na mesma época, os galos foram parar nos cata-ventos das torres das igrejas.

Com certeza, todos nós acreditamos em Papai Noel. Lenda ou não, a história revela que o bom velhinho foi inspirado na figura de um bispo que, de fato, existiu.

São Nicolau nasceu no século III, em Patras, na Grécia. Quando seus pais morreram, ele doou toda a sua fortuna e optou pela vida religiosa. Mesmo pobre, continuou a presentear e ajudar os menos favorecidos. Seus pendores foram reconhecidos e ele se tornou santo pela Igreja Católica. Em meados do século XIII, a comemoração do dia de São Nicolau passou da primavera para o inverno, no início de dezembro. Na contra-reforma, a Igreja Católica propôs que os presentes dados às crianças, no dia de Natal, passassem a ser atribuídos a São Nicolau.

No século XVII, os holandeses levaram para os Estados Unidos a tradição de presentear as crianças, usando a lenda de São Nicolau. De lá saíram as mais diversas versões do velhinho generoso, chegando até nós, em pleno verão, com suas roupas de lã vermelhas, barba branca, montado em seu trenó voador, puxado por várias renas saídas das profundezas do Pólo Norte, para trazer a alegria das crianças e do comércio em geral.

A origem da árvore de Natal, como transcrevemos acima, fica entre o segundo e o terceiro milênio a.C. Naquela época, vários povos de origem indo-européia rendiam homenagens à natureza, em que as árvores expressavam energia e fertilidade. O carvalho foi venerado como a rainha das árvores. No inverno, quando suas folhas, que eram consideradas espíritos, caíam, as pessoas colocavam diversos enfeites para atrair, novamente, os espíritos fugitivos.

A árvore de Natal moderna surgiu na Alemanha, no século XVI. Mas só a partir do século XIX essa tradição atingiu o restante da Europa. A partir do século XX, seu costume chegou às Américas.

Minha saudosa mãe contava que, na sua infância, o Natal era comemorado de modo diferente.

No dia 25 de dezembro, depois da Missa do Galo, o dia passava como um feriado comum.

A grande festa natalina para os imigrantes europeus, como a família de minha mãe, do sul da Itália, era a Epifania celebrada do dia 6 de janeiro, feriado para comemorar o dia dos Reis Magos.

Todas as crianças deixavam suas meias, de preferência furadas, dependuradas do lado de fora das janelas, pois a Bifana, bruxa para uns e velha bondosa para outros, deixava os presentes dentro das meias, imitando os Reis Magos quando presentearam o Menino Jesus.

Com o passar do tempo, levados por outras influências em nossas tradições, a Epifania, ou Bifana, foi substituída pelo Papai Noel.

Lembro-me de um colega de escola primária que, quando queria se referir ao Natal, dizia, sem pestanejar – aquele dia em que se come muito! Sem dúvida, as essências pagãs predominavam, ou predominam até hoje, em todas as festas de cunho religioso.

Continuamos entrando em templos, como faziam nossos antepassados, pedindo proteção e venerando nossas imagens preferidas. Nas casas, nos bolsos e bolsas, carregamos escapulários, santinhos, medalhas e outros objetos para dar sorte ou afastar o azar. Somos supersticiosos e tementes aos pecados. Os evangélicos monoteístas que o digam, em seu combate a satanás.

Em pleno século XXI, do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, enquanto o homem engatinha para ir, pela primeira vez, até um dos planetas do nosso sistema solar, olhando para o alto ou para baixo, em suas viagens espaciais, depara-se com o maior ministério da humanidade – quem criou o Universo? Será que somos os únicos seres inteligentes, se habitamos um simples grão de areia perdido na imensidão do infinito?

Só existe uma palavra para desvendar o enigma – Deus!

O resto fica por conta das nossas imaginações, ao seguir os nossos credos.





Roberto Stavale

São Paulo, outubro de 2007.

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