Em princípio um rimador
Que pretender ser poeta
Porque lhe falte caneta
E outrossim algum rigor
Se porventura ao dispor
Conseguir lograr a musa
Acarinhe a fada intrusa
Espremendo o seu condão
Tal qual agridoce limão
Que verta seiva profusa.
Limão mistura que cruza
Doçuras com sais azedos
Acende os vãos segredos
Que o hipócrita reabusa
Dispersos na luz difusa;
Limão timão com reverso
Que constrói o universo
Onde em paladar procura
Provar lúcido à loucura
Vinte letras cada verso.