A EXISTÊNCIA DO NADA
Autor: ADHEMAR DANTAS*
Astrônomos descobriram um buraco no Universo, o maior de todos até então conhecidos e não afirmaram ser ele um buraco negro ou não. Dizem, apenas, que este ora encontrado é vazio, dentro dele não existe a matéria visível que se encontra em nosso universo nem a matéria negra que ocupa o espaço entre as galáxias, que é assim chamada por não refletir a luz e não poder ser vista. Até hoje o buraco negro é o maior mistério do Universo. Ou era, antes dessa nova descoberta;
Por também nada ter sido visto ao telescópio em seu interior, mesmo se não for um buraco negro esse agora, aparecendo sem ser esperado, em recanto do céu tantas vezes antes examinado, entra no rol dos mistérios, nosso conhecimento ainda é muito pequeno para entender a grandiosidade do Universo, obra de Deus.
Talvez um dia se descubra que esse buraco, cheio de nada, seja apenas um túnel, nos comunicando com outro Universo. E que esse nosso é uma esfera, feita de pedaços geométricos, hexágonos para se ter uma hipótese, nosso Universo se comunicará com tantos outros quantos forem os lados da figura, seis para a hipótese do hexágono.
Por sinal, essa hipótese é fruto da inquietação dos que se envolvem no problema, existindo diversas delas, nenhuma provada definitivamente. Pela dimensão, o pedaço do todo que ocupamos pareceria plano, satisfazendo do aos que assim acreditam sê-lo; para outros, ficaria comprovado ter apenas duas dimensões; é finito por se encontrar com o limite vizinho, mas é infinito para um observador da terra que, "não tendo força para romper a casca do ovo em que está preso" (essa imagem do Universo dentro de um ovo é de Everaldo Lopes, pelo menos foi ele que me fez aceitar), forçosamente e se sua visão ganhar dimensão universal, ao olhar sempre para a frente, acompanhando a curvatura interior do ovo findará avistando a própria nuca: o Universo é curvo, disse Einstein.
O buraco negro tem em seu interior fótons que, em irradiação negra, não podem ser percebidos, dando a ilusão do nada aos olhos humanos. O visível é fruto da reflexão da luz sobre um objeto que, em linguagem física, é um espelho. E o negro não reflete a luz.
Forçosamente, dentro desse recém descoberto há de existir alguma coisa, fótons ou similares, para equilibrar a brutal pressão externa em torno dele, sem a qual seria, apenas, um saco vazio.
Hoje se sabe que nem no infinitamente pequeno existe o nada. Contrariando Paul Sartre, o ser não pode virar nada, niilizar-se, em sua linguagem: apenas se transforma ao nível de elétrons. O que não é nenhuma novidade, não é mesmo, Lavoisier?
(*) Médico, escritor, teatrólogo. Livros publicados. Radicado em Campina Grande-PB.
e-mail: adhemardantas@terra.com.br
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