Uma lenda, sem os Grimm,
conta que uma serpente,
ao ver um salta-martim,
ficou muito apetente.
E quis logo dar o bote.
Quanto mais o vaga-lume
nas asas dava chicote,
mais medo tinha o biplume.
O pirilampo fugiu
com sorte naquele dia.
No segundo, prosseguiu,
e ela não desistia.
No terceiro, já pregado,
o caga-fogo parou
e, sem o menor cuidado,
à serpente perguntou:
__Posso três perguntas fazer?
__Não sou de dar muita chance,
mas, antes de lhe comer,
quero saber do seu lance.
__Sou do seu ciclo vital?
_Não! Disse a perigosa.
_Por acaso, lh"ofendi?
_Não! Respondeu, já raivosa.
__Então, por quê me matar?
E ela, já enroscando,
nem deixou tem-tem pensar:
__Detesto gente brilhando...
E assim é por aqui,
por ali e acolá,
uns não podem progredir,
sem inveja despertar.
Logo vem um preto gato,
se um belga vai cantar.
Sem cachorro e no mato,
mas, quer é prejudicar.
Não consegue suportar
a alegria alheia
e, assim, põe a secar
sucesso de outra veia.
Em grupo, na produção,
pra algo realizar
há de ter nivelação,
a equipe constelar.
Cada um tem o seu brilho,
cada qual é uma estrela,
mas, basta um estribilho
mau, pra deixar de sê-la.
Isto é o bê-á-bá
do maldoso preconceito.
E ele pode grassar
tanto, até não ter mais jeito.
Chega um dia em que não há
para dois maior espaço.
Só um vai poder ficar,
o outro leva chifraço.
O.K., LULA, USTED VENCIÓ! UND JETZT? 496, até agora
Universidade: tempo de formaturas
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